Brasília - O reestabelecimento de uma política de crédito no País e as compras governamentais, tendo como prioridade as micro e pequenas empresas, são algumas formas de manter a sobrevivência desse segmento empresarial frente à crise.
A afirmação é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a posse da diretoria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) na quarta-feira (4) em Brasília.
O evento foi prestigiado por mais de mil pessoas.
Apesar de considerar essa crise mais forte que a depressão de 1929, Lula afirmou que “ela é delicada, mas é preciso ter ousadia nesse momento”.
Segundo o presidente, não haverá pequena empresa que sobreviva à crise se o governo não fomentar as compras governamentais. “A economia tem que girar numa cadeia de confiança.
Por isso, aumentamos o salário mínimo mais que a inflação, para devolver o poder de compra das pessoas”, ressaltou.
A meta, para aquilo que o presidente Lula chamou de segunda fase da discussão da crise, é fazer com que o crédito volte à normalidade. “Não pode faltar capital de giro, principalmente para as micro e pequenas empresas no País”, garantiu.
Ele lembrou do apoio que o governo vem dando à pequena empresa com a aprovação do Microempreendedor Individual e da inclusão de mais alguns setores no sistema de tributação conhecido como Supersimples. “O Sebrae patrocinou muitas conquistas para apoiar as micro e pequenas empresas.
Se precisar de outras aprovações para melhorar a vida dessas empresas, inclusive legislativo, terão o meu apoio também.
Seremos parceiros para aperfeiçoar tudo o for preciso para as pequenas empresas”, disse.
Para uma platéia de políticos, parlamentares e líderes empresariais, o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, destacou o empenho desses representantes para a aprovação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. “Uma verdadeira revolução no que diz respeito à formalização de empresas no Brasil.
Só em janeiro deste ano, mais de 350 mil empresas optaram pelo Simples Nacional, juntando-se as 3,1 milhões de outras empresas inscritas até dezembro de 2008”, informou.
No caso das compras governamentais, Okamotto ressaltou que o Governo Federal destinou, no ano passado, cerca de R$ 11 bilhões de suas compras às micro e pequenas empresas.
Onze estados e 530 municipios já regulamentaram esse capítulo da Lei Geral.
Quanto ao acesso ao crédito, o presidente do Sebrae reconheceu que há dificuldades para as micro e pequenas empresas, ainda mais em um quadro de aumento da aversão ao risco por parte dos agentes financeiros. “Nosso desafio é diminuir a assimetria de informações entre esses empresários e os agentes financeiros”, disse.