Por Inaldo Sampaio Na política há mais de meio século, José Sarney derrotou ontem o PSDB, o PT, o PDT e o PSB ao eleger-se pela terceira vez para a presidência do Senado.
Até pouco tempo atrás ele dizia para os companheiros que não gostaria de ser candidato.
Mas, ao mesmo tempo em que negava, articulava a candidatura nos bastidores com o apoio de Renan Calheiros e outros profissionais do PMDB.
Aliás, só quem não é do ramo e não o conhece imaginou que a velha raposa maranhense iria perder a disputa para Tião Viana, que é um senador decente, bem intencionado, mas de uma ingenuidade de fazer pena.
Acreditou que apenas o PT e uma parte do PSDB liderada por Sérgio Guerra, Tasso Jereissati e Arthur Virgílio lhe asseguraria a cadeira de presidente, esquecendo que o próprio Palácio do Planalto tinha interesse na vitória de Sarney, que nesse momento de crise internacional pode servir melhor ao presidente Lula e ao seu governo do que o imberbe senador acreano.
A propósito, pegou muito mal para os tucanos terem negado o voto a José Sarney, a pretexto de que seria conservador, porque partiu deles antes do início da votação os maiores elogios à raposa maranhense.
Arthur Virgílio chegou a declarar que “o senador José Sarney foi da maior dignidade conosco (o PSDB) no tratamento”.
E Tasso Jereissati completou: “O Brasil deve a Sarney o extraordinário desempenho na transição democrática.
Por isso, não é confortável, para mim, dizer publicamente que vou votar em Tião Viana porque de Sarney só recebi até hoje apoio, estímulo e gentileza”.
Era o que Sarney queria ouvir para golear Tião de 49 a 32.