Por Carol Carvalho e Felipe Lima Não é somente o projeto com detentos realizado nas instalações da empresa que a Brastex quer multiplicar.
Na definição de um dos sócios da indústria têxtil pernambucana, Luiz Martinho Maia de Sousa, a fábrica quer ser “a Coca-cola dos panos no Brasil”.
Isto porque, na opinião de Martinho, a marca de bebidas possui um esquema de distribuição que beira a onipresença - o refrigerante é encontrado sem dificuldade em qualquer lugar do País (quiçá do mundo).
Duas ações prioritárias encabeçam o planejamento de expansão da Brastex.
A primeira é um trabalho grande de reestruturação comercial e da imagem da Brastex, com atenção especial para as praças de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, onde a presença ainda é pequena.
A segunda se sustenta no lançamento de novos produtos já em março deste ano, como um algodão para uso médico e cotonetes.
A empresa já atende todo o território nacional, de Paço Fundo, no Rio Grande do Sul, a Manaus, Amazonas, afirma o outro sócio Antonio Cláudio Cysneiros Cavalcanti Júnior, tendo, inclusive, um escritório na capital paulista.
Interessante notar que para atender essa nova demanda é preciso ampliar a produção.
Ocupando uma área de 20 mil metros quadrados (m²), sendo nove mil m² de área cobertas, a Brastex não precisa adquirir máquinas e equipamentos.
A fábrica planeja ainda ultrapassar a barreira nacional.
Atualmente, tenta emplacar nos Estados Unidos, Portugal e Alemanha, os panos de limpeza produzidos por reeducandos, ex-presidiários e fichas limpas.
Ou seja, quer colocar no mercado internacional artigos produzidos por mãos que, anos atrás, cometeram crimes. “Estamos divulgando lá fora o projeto social que a empresa realiza, até como forma de valorizar ainda mais o produto”, revela Martinho.
Todos os planos de expansão só podem ser viabilizados com o aumento da mão de obra.
Cavalcanti Júnior afirma que uma das saídas é criar um terceiro turno (atualmente, o expediente na parte operacional vai de 05h30 às 16h) e, claro, contratando novos funcionários, aumentando assim as chances de mais reeducandos e ex-detentos serem contratados.
Leia mais: Trabalho, uma arma para a recuperação social Série do Blog de Jamildo aponta alternativa para melhorar o Pacto pela Vida de Eduardo