O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), um dos candidatos a presidente da Câmara, discursou em Plenário e afirmou que é inconveniente a possibilidade de um mesmo partido, o PMDB, dirigir as duas Casas do Congresso Nacional.
Aldo ressalvou que tem respeito pela representação do PMDB no Congresso, mas considerou que não será bom para a democracia se o partido comandar a Câmara e o Senado, já que o Congresso é um poder plural.
Aldo afirmou que os deputados foram surpreendidos com uma chapa fechada pelas cúpulas dos partidos, da Presidência à suplência, e disse que houve ameaças de retaliação às candidaturas avulsas.
Ele comparou essa situação ao período de restrições em que vigorou o Ato Institucional nº 5 (AI-5), no regime militar.
Aldo classificou o acordo que resultou na eleição de Arlindo Chinaglia e na candidatura de Temer como um acordo de cúpula, que ele comparou a uma entrega de sesmaria.
Ele também criticou o deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS), que teria chamado de traidores os parlamentares que não votam em Temer e são de partidos que apoiam essa candidatura. “Os deputados não deram procuração para os líderes lançarem essa chapa [de Temer]”, disse Aldo.
Administração de crises Em seu discurso, Aldo ressaltou que foi presidente da Câmara no momento mais difícil da Casa, em que teve de administrar crises.
Ele lembrou que, nesse período, ocorreram cinco CPIs, diversos processos de cassação, casos de parlamentares sendo chamados para depor na Justiça e a invasão da Câmara pelo Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST).
Aldo Rebelo também fez um contraponto ao discurso de Temer de que os temas polêmicos serão tratados na pauta da Câmara.
Aldo disse que, se for eleito, não vai tratar os temas pela polêmica, mas pela importância para o País.
Ele citou a necessidade de votação das reformas tributária e política e de projetos relacionados a saúde, educação e segurança.
Os partidos que apoiam Aldo são PCdoB, PSB, PMN, PRB e Psol.
Na Agência Câmara