Do jornal O Globo deste domingo A crise financeira global fez subir o número de empresas que, sem crédito, recorreram à Justiça para evitar a falência, mostra reportagem de Bruno Rosa publicada na edição do GLOBO deste domingo.

O total de pedidos de recuperação judicial - como é chamado o mecanismo, criado com a nova Lei de Falências, em 2005, e que substituiu a antiga concordata - mais que quadruplicou em janeiro deste ano em relação ao mesmo mês de 2008 e ainda é maior que o registrado no fim do ano passado, quando a turbulência já afetara a economia real.

De acordo com levantamento da Equifax, o número de requerimentos no país pulou de 11, em janeiro de 2008, para 48, este mês (até o dia 29), uma alta de 336,36%.

O movimento é verificado nos principais Tribunais de Justiça (TJ) do país, segundo levantamento feito pelo GLOBO.

No Rio, por exemplo, o total de empresas que entraram com pedidos de recuperação judicial e de falência chegou a 56 este mês (até o dia 30).

O número é 330% maior em relação ao mesmo mês do ano passado, com 13.

Em dezembro último, por exemplo, foram 26 companhias - menos da metade deste mês.

E há tanto grandes indústrias quanto empresas menores entre as que recorreram à Justiça.

Segundo Márcia Cunha, juíza da 2ª Vara Empresarial do Rio, como os empresários levam tempo para procurar a Justiça e a lei é nova, o número de pedidos de recuperação judicial vai continuar aumentando e deve dobrar em 2009.

A falta de crédito no mercado é apontada como o principal motivo para isso.

Apesar do crescimento no Brasil, o movimento é considerado pequeno se comparado a países como Estados Unidos.

Desde que a crise se agravou, em setembro de 2008, alguns tribunais americanos chegaram a entrar com mil pedidos de recuperação por mês.

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