A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Pernambuco (OAB-PE) encaminhou hoje ofício ao chefe da Polícia Civil, delegado Manoel Carneiro, solicitando que seja designado um delegado especial para comandar as investigações sobre o assassinato do advogado Antônio Augusto de Barros – ocorrido na manhã da última quinta-feira, dia 29, no município de Lagoa de Itaenga.
Para o presidente da OAB-PE, Jayme Asfora, a solicitação tem como principal base o fato de o crime acontecer apenas dois meses depois do primo da vítima - e ex-prefeito daquele município, Fernando Antônio do Nascimento, - ter sido assassinado em circunstâncias semelhantes.
No ofício, o presidente pede que o delegado especial fique responsável pelos dois casos.
Para Asfora, a designação de um delegado especial para o caso se tornou ainda mais necessária depois que o titular da Delegacia de Lagoa de Itaenga, José Gervásio da Silva, requisitou o mesmo procedimento à Secretaria de Defesa Social, sob a alegação de não querer investigar o caso por manter uma relação de amizade com a vítima há muitos anos. “Temos um primeiro crime – a morte do ex-prefeito – que ainda não foi elucidado.
Agora, temos um novo assassinato, em circunstâncias semelhantes e o próprio delegado do município pediu para se afastar do caso.
São fatos graves e que subsidiam a necessidade de nomeação de um delegado especial.
Até mesmo para impedir que novos homicídios ocorram”, alerta Jayme Asfora.
A entidade designou o advogado e membro da sua Comissão de Assistência, Defesa e Prerrogativas, Herôdoto Pinheiro Ramos Filho, para acompanhar o caso.
O presidente da OAB-PE reafirma ainda que é preciso dar um basta no sentimento de absoluta insegurança que vem tomando conta de toda a população pernambucana diante da intensificação da violência como, por exemplo, na Zona da Mata Norte – que vem registrando diversos assassinatos nos últimos meses, inclusive de dois advogados em menos de uma semana. “Esses homicídios mostram que o Estado continua apresentando índices alarmantes de assassinatos, sem redução significativa”, avalia o presidente.
A OAB-PE reiterou publicamente o pedido feito ao Governo do Estado, juntamente com outras entidades, para que sejam detalhadas as informações sobre a execução do programa Pacto pela Vida. “Para que não encerremos 2009 com a trágica marca de mais de 4,5 mil assassinatos como no ano passado ou para que este número aterrorizante não aumente ainda mais”, conclui.