Por Terezinha Nunes Esta semana, as tarifas dos coletivos do Grande Recife estão mais caras 6,14%.

Nada demais, já que o reajuste das passagens ocorre todos os anos.

Há, porém, por traz do reajuste de agora, duas questões que precisam ser esclarecidas.

A primeira é que o Consórcio Metropolitano de Transportes, antiga EMTU, não incluiu no cálculo do aumento a redução mensal do ISS que a Prefeitura do Recife concedeu às empresas de ônibus no apagar das luzes da gestão de João Paulo e que vem representando anualmente R$ 10 milhões a menos na receita municipal.

A segunda é o silêncio do Governo Lula no que se refere às tarifas dos coletivos urbanos.

Quando criou o Ministério das Cidades e o entregou ao PT, o presidente acenou com a desoneração das tarifas de ônibus, o que beneficiaria sobremaneira a população mais carente das grandes cidades que se desloca diariamente para o trabalho, utilizando até dois coletivos.

Na época, chegamos, como secretária estadual, air a Brasília na companhia de parlamentares, representantes estudantis e de outras organizações sociais pedir que a medida fosse posta em prática de imediato.

Nos foi dito que o assunto estava em final de discussão e que seria imediatamente concretizado, começando pelo Recife.

Esta cantilena chegou a ser apregoada pelo atual presidente do Consórcio e filiado ao PT, na época presidente da CTTU.

Posteriormente quando assumiu a EMTU, o mesmo dirigente acenou, de alto e bom som, com uma redução iminente das tarifas, com a ajuda do Governo Federal.

O mesmo repetiu o atual secretário das cidades.

Ambos acreditaram na boa vontade do Presidente.

Deram com os burros n’água.

E a população, que nada tem com isso, pagando a conta sozinha.

Na verdade, é bom que se diga, acreditou nas promessas de Lula e do PT quem quis mas era difícil vê-las cumpridas.

Afinal, em relação ao setor de transporte, o PT não tem dado bons exemplos pelo país.

Voltando à PCR, há oito anos nas mãos dos petistas, e ao assunto do ISS dá para entender porque.

O certo, o correto, era que a desoneração implicasse em redução da tarifa, o que não ocorreu.

O dinheiro está saindo do bolso do contribuinte, inclusive o mais pobre, e não está voltando como benefício tarifário.

Quem vai responder por isso?