Por Paulo Rubem Santiago no Blog É importante que se apure o crime por meio da Polícia Federal.

Creio, porém, que mais importante do que isso é se fazer uma profunda varredura nas polícias civil e militar, no ministério público e no judiciário paraibanos.

Não se trata de atacar ninguém dessas instituições previamente.

Trata-se, isto sim, de mostrar à sociedade quantos crimes ocorrem na Paraíba e em quantos casos os denunciados são levados a Juri, se isso realmente chega a acontecer.A impunidade e o espaço para a atuação de grupos de extermínios acontecem exatamente como consequência da ineficiência de todo esse aparato.

Quando um cime comum acontece e o inquérito não é concluído ou o é de forma frágil, lá prospera a impunidade e reduzem-se as chances de se levar alguém à condenação.Frente a isso pergunta-se : 1.

Quais são as condições da Polícia Civil paraibana para apurar os casos graves, como os homicídios com características de extermínio ou encomenda ?

Qual é o atual déficit de pessoal da Polícia Civil do estado em questão e como funcionam seus orgãos de polícia técnica ?2.

Quais são as condições do Ministério Público na Paraíba ? 3.Quantas Varas Criminais encontram-se em atuação na Paraíba e qual é o acúmulo de processos ?

Quantos presos provisórios acusados de homicídio aguardam julgamento ? 4.

Dos homicídios ocorridos nos últimos cinco anos quantos foram elucidados, sobretudo naqueles casos semelhantes ao de Manoel Matos ?

Sem resposta para essas questões, a Polícia Federal poderá até elucidar o assassinato de Manoel Matos mas a bandidagem continuará dando as cartas contra os cidadãos comuns e contra todos aqueles que se voltem contra os grupos de extermínio, a corrupção e a pistolagem no Estado da Paraíba.

Estados que não investem em pessoal, concursos, planos de carreira e melhores salários e que não ampliam gastos com equipamentos por força da Lei de Responsabilidade Fiscal tornam-se “bons gestores fiscais” mas são excelentes aliados do crime organizado pela ausência de capacidade de resolução dos crimes cometidos contra cada um e contra toda a sociedade.