O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) de janeiro de 2009 ficou abaixo dos 50 pontos, o que indica falta de confiança segundo a pesquisa divulgada nesta terça-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O índice de 47,4 pontos registrado neste mês é o mais baixo desde janeiro de 1999.

O indicador não ficava abaixo da linha dos 50 pontos desde outubro de 2002.

Na comparação com a última pesquisa divulgada, em outubro de 2008, o ICEI de janeiro de 2009 caiu 5,1 pontos.

Em relação ao mesmo período do ano passado, o indicador caiu 14,4 pontos.

A perda de confiança é mais intensa entre as empresas de maior porte, segundo o levantamento da CNI com os empresários de todos os estados.

Os índices de todos os portes de empresa registraram recuo na comparação com o mês de outubro.

No caso das empresas de médio e grande porte, os empresários não estão confiantes: os índices são de 45,3 e 47,3 pontos, respectivamente.

Os pequenos empresários são os únicos que se mantêm relativamente confiantes: o índice para esse porte ficou próximo da linha divisória dos 50 pontos (49,5 pontos).

Além da indústria extrativa, 22 dos 27 setores da indústria de transformação considerados registraram queda na confiança na comparação com outubro de 2008.

Entre eles, 19 setores apresentam índices abaixo de 50 pontos.

Os setores com menor confiança são os de Veículos Automotores (39,8 pontos) e Papel e Celulose (40,3 pontos). “A falta de confiança afetará, negativamente, o nível de investimento e a demanda das indústrias por insumos e matérias-primas”, diz o texto do ICEI.

Consequentemente espera-se a manutenção da tendência de desaceleração do ritmo da atividade industrial, bem como da economia brasileira como um todo, de acordo com a avaliação dos técnicos da CNI em relação aos resultados da pesquisa.

Percepção e expectativas A queda no ICEI é reflexo principalmente da percepção dos empresários com relação às condições atuais dos negócios.

Esse indicador recuou de 50,5 pontos em outubro de 2008 para 36,0 pontos em janeiro de 2009, o que indica uma forte piora da situação atual na comparação com os últimos seis meses.

A deterioração na situação atual é percebida com maior intensidade no que diz respeito à economia brasileira (índice de 28,1 pontos), embora também se observe piora nas condições atuais das empresas (índice de 40,0 pontos).

O índice de expectativas manteve-se praticamente constante quando comparado ao valor registrado em outubro, situando-se em 53,1 pontos.

O indicador acima de 50 pontos reflete otimismo, mas é o menor desde janeiro de 1999.

A avaliação é díspar entre as perspectivas sobre a própria empresa e a economia brasileira.

O empresário permanece otimista com relação a sua empresa (índice de 56,6 pontos), mas está pessimista (índice de 46,3 pontos) com relação à economia brasileira.

Informações da CNI