Por Renato Lima “Da maneira como a PDVSA colocou para a Petrobras, não vamos assinar contrato”, afirmou o diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa sobre a parceria com a venezuelana na refinaria Abreu e Lima.
Mais uma vez, ele enfatizou que a Petrobras fará o empreendimento mesmo que não chegue a um acordo com a PDVSA.
O nó da questão é o contrato de compra e venda de petróleo.
No planejamento da Abreu e Lima, que teve o nome dado até pelo presidente Hugo Chávez, metade do petróleo viria da Venezuela e a outra metade da Bacia de Campos, no Rio de Janeiro.
Agora, o petróleo venezuelano tem maior viscosidade e é vendido internacionalmente mais barato do que outros óleos, como o da Arábia Saudita.
Mas a Venezuela quer cobrar um preço cheio pelo produto, o que diminuiria a atratividade econômica do investimento na Refinaria Abreu e Lima. “Em cima desse petróleo da Venezuela tem um deságio pela qualidade, assim como acontece com o do Brasil.
Enquanto não fecharmos esse assunto, não podemos avançar”, disse Costa.
O diretor ainda não quis adiantar o novo orçamento da refinaria. “As propostas foram apresentadas com um preço acima do que a gente previa.
Houve uma orientação muito clara para que a Petrobras reavaliasse os orçamentos que ficaram muito caros”, disse.
São quatro pacotes que estão tendo o preço reavaliado: destilação atmosférica, hidrotratamento, coqueamento retardado e interligações. “Nesses quatro pacotes chamamos as companhias e estamos renegociando.
A Petrobras não vai fazer investimentos com valores nesses portes.
Temos que ter preços competitivos.
Isso é algo que o empresário brasileiro vai ter que refletir”, disse.
Segundo Costa, em 30 dias essas renegociações devem ser concluídas.
Quanto à Petroquímica Suape, o diretor falou que a empresa confirmou a disposição em investir nas três unidades integradas: uma fábrica de PTA, uma de fio de poliéster (POY) e uma de resina PET. “A Petrobras procura sócios para esse projeto, não vamos fazer sozinho.
Mas, até ter o sócio, a gente vai tocando.
Não vamos paralisar as obras porque não se encontrou um sócio”, afirmou.
Tradicionalmente na área petroquímica, a Petrobras atua de forma minoritária, como na Brasken e Quattor.