Por Isaltino Nascimento “Nada é simples nessa fascinante eleição realizada em tempos de crise.

Se Barack Obama for eleito, o primeiro presidente negro da história norte-americana produzirá transformações sociais muito além da fronteira.

Toda criança negra, de qualquer país, do mundo; toda criança, de qualquer grupo discriminado, crescerá recebendo a mensagem de que barreiras podem ser superadas.

Mesmo as que pareciam intransponíveis”.

A frase acima, escrita pela jornalista Miriam Leitão antes da eleição presidencial norte-americana, no início de novembro de 2008, em sua coluna semanal, descreve bem o sentimento do mundo hoje, 20 de janeiro, quando toma posse o novo presidente dos Estados Unidos.

Ao assumir a liderança da maior potência mundial, Barack Obama espalha pelo planeta o sentimento de que é possível mudar, transpor barreiras, ir além.

Afinal, quem imaginaria que um país com um histórico de racismo tão sangrento contra os negros viria a ter como presidente um descendente deles.

Esse sentimento também é compartilhado no Brasil, onde temos um histórico de lutadores negros que morreram pela democracia e para serem livres.

Onde vivenciamos um longo processo histórico de opressão que, em muitos aspectos, ainda não terminou.

Ao mirar o exemplo de Obama, reforçamos o entendimento de que devemos ter dedicação, perseverança e estudar.

Para fugir das armadilhas da falta de oportunidades, da prisão, da gravidez precoce, das drogas, do alcoolismo, da violência, da falta de emprego, da ausência de vagas nas universidades, dentre tantos outros problemas existentes no nosso cotidiano.

Sabemos que as barreiras e os desafios de Obama não cessaram ao ganhar a presidência dos Estados Unidos.

Os tempos mais difíceis começam agora.

Afinal, além de ter a missão de eliminar os gargalos que fazem seu país passar pela mais grave crise econômica, terá de voltar seus esforços também para problemas crônicos do planeta.

Como produção de alimentos, guerras, aquecimento global, só para citar alguns.

Obama assume um país em recessão, com o desemprego crescendo, as empresas quebrando, o déficit público em níveis inimagináveis e urgências que pedem mais gastos públicos.

Um difícil começo.

Contudo, esse político negro de 47 anos, casado, pai de duas filhas, ao acreditar que poderia ser presidente dos Estados Unidos viu o que poucos enxergaram: que o seu país estava pronto para mudanças radicais.

Reiventando a forma de fazer política nos Estados Unidos, desbancando oito anos de arrogância política dos republicanos e provocando uma revolução tão profunda como a eleição de Franklin Roosevelt em 1932 e John F.

Kennedy em 1960.

Por isso, nos somamos aos que depositam esperanças na mensagem trazida por Obama: que é possível traçar um futuro mais promissor para si mesmo, que é plausível mudar a realidade em que se vive e ajudar a construir um mundo melhor.

PS: Isaltino Nascimento (www.isaltinopt.com.br), deputado estadual e líder do governo na Assembléia Legislativa, escreve para o Blog todas às terças-feiras.