2009, decorridos 7 anos da morte de Celso e 4 meses da morte de minha mãe, sinto não poder estar fisicamente presente à missa para lembrá-los.
A condiçao de exilado me impede de fazê-lo.
Longe do Brasil, quero dizer que os dois seguem comigo, vivos como nunca.
E é essa presença viva do Celso e da nossa mãe que faz com que eu continue a lutar, mesmo à distancia, para que a verdade sobre a morte do Celso venha à luz do dia e que os dois possam descansar em paz.
Por isso, da França, por telefone, transmiti ao novo Procurador Geral do Ministério Público de São Paulo as minhas preocupaçoes quanto ao prosseguimento das investigaçoes do sórdido assassinato do Celso, em razao da retirada do Pomotor Roberto Wider Filho do caso.
De um lado, o intelocutor do Procurador Geral, alegando razões técnicas para a retirada do promotor Roberto Wider do caso, quando questionado sobre os alegados critérios técnicos, não conseguiu explicitar um sequer.
De outro lado, circularam notícias vindas de diversas fontes, inclusive da imprensa local, segundo as quais sua retirada do caso foi negociada politicamente por pessoas indiciadas por corrupção ligadas a negócios realizados com a prefeitura de Santo André, pelo Ministério Público, e suspeitas de terem participado do mando do assassinto do Celso.
Aguardamos também, ansiosamente, que o caso seja levado a júri popular, decisão cuja demora prejudica a cada dia que o caso seja elucidado.
E, por isso, desejo que a nova Promotora que assumiu as investigações seja iluminada pelos ideais de justiça e que tenha a mesma força necessária que tiveram os promotores Roberto Wider Filho e Amaro Tomé Filho, enquanto foram os principais responsáveis pela investigação do caso, para enfrentar as pressões que virão pela frente por parte daqueles que querem esconder a verdade.
E que ambos possam continuar trabalhando ao lado da nova promotora nas investigações ainda a serem feitas, em função da enorme memória que guardam do trabalho por eles realizado, muito difícil, dada sua complexidade, de ser transmitida a ela em qualquer que seja o numero de reuniões com essa finalidade.
Espero que todos que, como eu e meus irmãos, mantêm vivos no coração e na lembrança o Celso e minha mãe, continuem a lutar para que a verdade do assassinato do Celso venha à luz do dia.
Bruno Daniel Filho 20 de janeiro de 2009