Por Roberto Numeriano Na Roma antiga, foi cunhada a expressão Pão e Circo (do latim Panis et Circensis ou Circus, em algumas traduções).
Tratava-se, a política de Pão e Circo, de distrair as massas de miseráveis romanos (escrava ou “livre”) nos espetáculos de arena, com luta entre gladiadores, disputas esportivas etc.
Os césares comandavam os espetáculos, em geral.
Júlio César, nos momentos de demagogia, estimulava essa política “big brother”.
Recordo essa história ao ler nos jornais (o Blog de Jamildo antecipou) o anúncio do governo do Estado sobre a construção de um estádio de futebol (o circo) e casas populares (aqui, uma atualização do pão romano) em São Lourenço da Mata, ao custo de 1,6 bilhão.
O que esses homens pensam que estão fazendo?
Não enxergam a realidade?
Estão governando a Finlândia ou Noruega?
Precisamos de escolas, professores bem pagos e preparados, bibliotecas (muitas) e emprego.
Precisamos de casas, também, mas não para justificar, subliminarmente, essa megalomania de construir estádios para sediar jogos.
Façam as contas, senhores: o que é possível construir com 1,6 bilhão de reais?
Sem exagero, temos certeza que esta quantia erradicaria todas favelas do Estado, propiciando moradas dignas para centenas de milhares de pessoas (inclusive com bibliotecas nos conjuntos habitacionais construídos).
As políticas públicas devem estimular a criação de emprego e renda, no setor econômico.
Somos um Estado pobre, apesar dessa mania de grandeza insana de muitos profissionais da política que pensam governar com o PIB do Estado de São Paulo.
Acordem.
A violência das ruas e nas casas é, em geral, reflexo de desemprego, miséria.
Governem para a sociedade, e não para as suas vaidades e interesses pessoais.
Esqueçam o circo e construam casas e escolas.
PS: Roberto Numeriano é membro da direção estadual do Partico Comunista Brasileiro - PCB.