A primeira medida concreta do novo prefeito do Recife após tomar posse foi atacar conquistas dos trabalhadores que estão sob sua responsabilidade direta, os servidores públicos municipais.
Os servidores que entraram em período de férias agora em janeiro esperavam, como sempre acontece há vários anos, o pagamento antecipado da primeira parcela do 13º salário, mas o novo prefeito, como medida preventiva contra possíveis problemas futuros de caixa, decidiu, unilateralmente e sem aviso antecipado, suspender o referido pagamento, deixando cerca de mil servidores em situação delicada.
O prefeito afirma na imprensa que a antecipação do 13º salário não é um direito dos servidores, mas uma regalia concedida pela gestão anterior.
Uma regalia que vinha sendo garantida há duas gestões, portanto, algo que já fazia parte da cultura da relação entre os servidores e o poder municipal, uma cultura que deveria ser respeitada pela atual gestão, demonstrando ao menos sensibilidade com os servidores que, com os salários arrochados, usam esta parcela do 13º para pagar dívidas, tributos de início de ano, matrícula dos filhos, ou mesmo para não tirar férias confinados em suas casas.
Além disso, reter estes recursos vai na contra-mão da necessidade de, neste momento de crise econômica global, irrigar a capacidade de consumo interno em nossa cidade.
A atitude do prefeito é uma demonstração inequívoca das opções políticas desta gestão.
Ao primeiro sinal de dificuldade, o primeiro reflexo é atacar os trabalhadores, preventivamente.
O prefeito não propôs, preventivamente, rever a isenção fiscal de 60% do ISS das empresas de ônibus, que oneram os cofres públicos municipais em cerca de R$ 600 mil/mês.
Certamente não propôs cortar os cabos eleitorais ligados a partidos políticos, estranhos ao serviço público, que parasitam os cofres da prefeitura.
O PSOL condena veementemente a atitude da gestão de João da Costa e solidariza-se com os servidores que viram seus direitos, lastreados em usos e costumes de anos, serem surrupiados pela gestão petista.
Ao mesmo tempo conclamamos os servidores a mobilizarem-se contra esta lógica de repousar o peso e o ônus das crises sobre os ombros dos trabalhadores e exigirem da prefeitura o imediato pagamento do adiantamento do 13º salário.
Recife, 14 de janeiro de 2009 Executiva Estadual do PSOL / Pernambuco