Por Fernando Castilho Poucas pessoas se lembram, mas quando Celso Furtado criou o conceito de incentivos fiscais para o Nordeste atravésa da Sudene, além da proposta de substituição de importações e suprimento do mercado regional estava o de formação de grupos de capital regional.

Edson Moura Mororó talvez seja o melhor exemplo de como isso podia ser feito a partir de jovens empreendedores dispostos a modernizar a indústria nordestina gerando expertise gerencial, produtos competitivos e uma empresa de classe mundial.

Tudo isso a partir de cidades como Belo Jardim, no Agreste pernambucano.

Dr.

Edson, é preciso registrar-se, não criou apenas uma empresa de classe mundial que hoje é a principal fornecedora de baterias da indústria automobilística brasileira.

Criou uma tecnologia de gestão na sua planta pernambucana que em países como Estados Unidos e Inglaterra já teria sido formatada e publicações técnicas de gestão e estudada pela academia.

Pelo formato que implantou levando para lá todos os modernos conceitos de integração, participação e inovação proscritos nos livros de administração atuais.

A última invenção de Dr.

Edson foi criar um modelo de sucessão, não para si, mas para seus filhos e genro, mas a chamada terceira geração de forma que a Acumuladores Moura em breve pudesse ser gerida apenas por executivos formados a partir de uma sofisticado programa de treinee que visa formar novas lideranças na companhia entro do se poderia chamar de tecnologia de gestão Moura.

Talvez a história indústria de Pernambuco não registre é que Mororó, uma nacionalista de carteirinha, foi um desbravador de barreira e fronteiras na busca de suprimentos para sua empresa.

Mororó embrenhou-se certa vez na mata do Pará em companhia dos meninos da Docegeo (uma subsidiária da então estatal Vale do Rio do Doce) para catar manganês quando uma multinacional lhe negou o produto processado para suas pilhas Wayotec.

Falo como testemunha, ninguém me contou. eu vi as pedras brutas de manganês .

Foi um dos primeiros a ver que existem mercados periféricos no mercado americano que poderia ser facilmente ocupado como Porto Rico onde suas baterias rapidamente tomaram o mercado assim como poderia se ocupar espaços na Argentina quando A expressão Mercosul ainda não tinha sido escrita.

E sua obsessão pela tecnologia, o moderno chão de fábrica, a valorização do conceito de qualidade total, muito antes da onda ISSO 9000 fizeram da sua empresa uma concorrente feroz paras gigantes do setor de perderam contratos porque o produto de Mororó era, de fato, um produto melhor.

E uma atualíssima percepção do valor do que hoje modernamente se chama benefícios socais oferecidos pela empresa aos seus empregados.

Dr.

Edson deixa hoje o plano terreno.

Vai fazer uma falta dos diabos para muita gente.

Mas o que mais conforta nesse momento aos seus empregados e pessoas que o conheceram é que, onde estiver ele vai estar sempre interessado em algo novo para as empresa, sua cidade e seu País manter-se na categoria de classe mundial.

PS: Fernando Castilho é jornalista e assina a coluna JC Negócios no Jornal do Commercio.

Está de férias, mas fez questão de enviar esse depoimento ao Blog de Jamildo.