A suspensão do pagamento tradicional de metade do 13º salário do funcionalismo público municipal no mês de janeiro pegou muita gente de surpresa.
E para a líder da oposição na Câmara de Vereadores, Priscila Krause (DEM), a medida é apenas a ponta do iceberg do que pode vir por aí.
A parlamentar vê herança maldita deixada por João Paulo. “A continuidade administrativa era o mínimo que se podia esperar da nova gestão, depois de uma campanha eleitoral que alardeou os benefícios de se passar o bastão de um João para outro.
Portanto, o prefeito João da Costa é o único que não pode alegar surpresa com o estado das finanças municipais”, diz Priscila Krause. “Até porque foi parte integrante e principal avalista do governo passado.
Cabe perguntar ao novo prefeito se o caso é de uma irônica e intrigante “herança maldita” que persegue os petistas de primeiro mandato… pelo menos, no discurso”, acrescenta.
Priscila lembra ainda das renúncias fiscais promovidas por João Paulo. “A alegação de que a medida ecoa a crise mundial não se sustenta, já que a arrecadação baixou num momento em que a economia nacional estava aquecida.
Isso portanto não tem o menor cabimento.
A farra das dispensas de licitação – cujo número passou dos 2.000 contratos efetuados – e das isenções concedidas (foram 27 leis publicadas) no governo João Paulo, sem falar nos contratos milionários de suspeitíssima relevância para a cidade, apontam para os verdadeiros motivos do aperto financeiro subitamente encontrado na Prefeitura do Recife.” Para a líder da oposição, a arrecadação menor de impostos tampouco justifica a medida. “É na verdade a má gerência do dinheiro público”.
Priscila Krause ainda criticou a forma como foi tomada a medida. “Mais uma vez, é o funcionalismo que paga o pato, e o medo e a incerteza se alastram, até com medo de perseguição.
A forma com que se deu a suspensão do benefício – sem aviso e sem discussão – significa por sua vez um péssimo começo para o novo governo.
Para piorar, faltou transparência, pois não se sabe até agora o quanto representará de economia o sacrifício dos servidores.”