Deu na Folha de S.Paulo de hoje As empresas negociadas nas principais Bolsas mundiais perderam US$ 17 trilhões do seu valor de mercado no ano passado, ou 13 Brasis, no maior prejuízo da história dos mercados.
O montante equivale ainda à soma dos PIBs em 2007 dos Estados Unidos e da Alemanha (primeira e terceira maiores economias mundiais, respectivamente), ou 31% do global.
Apesar de o mês passado ter sido positivo, as perdas ganharam muito mais força a partir de setembro, mês que ficou marcado pela concordata do banco de investimento Lehman Brothers e do consequente agravamento da crise financeira mundial.
Até agosto, as perdas nas maiores Bolsas do mundo somavam US$ 6,4 trilhões, menos da metade do PIB norte-americano de 2007.
Mesmo sendo o centro da crise, os EUA não tiveram as maiores perdas percentuais.
As empresas norte-americanas perderam 38,68% do seu valor de mercado, o quinto menor declínio, perdendo apenas para Marrocos, Israel, Japão e Suíça em um levantamento de 46 mercados feito pela agência Standard & Poor’s.
A média mundial foi de perdas de 44%, e os maiores prejuízos foram os de Rússia (73,7%), Irlanda (69,9%) e Grécia (66,5%).
O Brasil teve a 13ª maior queda mundial e o pior resultado da América Latina, com recuo de 57,35%.
Na média, os emergentes tiveram um desempenho inferior aos mercados dos países desenvolvidos: quedas de 54,7% e 42,7%, respectivamente.
No valor total, no entanto, a história é diferente: principal mercado mundial, os Estados Unidos perderam US$ 6,25 trilhões (pouco menos da metade do PIB do país ou quase cinco vezes o brasileiro).
O segundo maior prejuízo ficou com as empresas negociadas nas Bolsas britânicas, que perderam US$ 1,78 trilhão de valor de mercado.
Por esse mesmo quesito, o Brasil também ficou em 13º lugar, com perdas de US$ 331 bilhões (um quarto do PIB nacional há dois anos), ficando à frente de países como a Rússia, a Espanha, a China e a Coreia do Sul.
Com as Bolsas mundiais tendo no mês passado o primeiro crescimento desde maio de 2008, os mercados entram neste ano “cautelosamente otimistas”, segundo a Standard & Poor’s.
Em dezembro, as empresas tiveram um avanço de 3,9% em seu valor de mercado, mas, ainda assim, acumularam perdas de 23,4% no quarto trimestre do ano passado. “Um raio de esperança: é assim como nós podemos definir dezembro”, afirmou Howard Silverblatt, analista da Standard & Poor’s. “No entanto, como é evidenciado pelas enormes pilhas de dinheiro que permanecem do lado de fora, muitos dos mercados mundiais estão com um atitude de esperar para ver.
O resultado é a continuação das volatilidades agudas nos mercados.”