O vice-presidente, José Alencar, disse hoje (6) que a política monetária adotada no país desestimula os investimentos. “A política monetária restritiva desencoraja investimentos porque desencoraja também o consumo.
Então, se de um lado estamos precisando estimular os investimentos e o consumo, nós temos de praticar custo de capital compatível com o crescimento.
Do contrário, estaríamos fazendo coisas diametralmente opostas”, afirmou Alencar, em entrevista coletiva, ao ser questionado se a taxa de juros do Banco Central pode ter contribuído para a queda da produção industrial em novembro.
A produção do setor recuou 5,2% em novembro, após retração de 1,7% verificada em outubro.
Os números apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) representam a maior queda na atividade fabril desde maio de 1995 (-11,2%).
Somente em outubro e novembro, a queda acumulada no setor foi de 7,9%.
Crítico da atual taxa de juros do país, o vice-presidente afirmou que a definição da taxa básica de juros, Selic, é uma decisão política. “Isso não é assunto para técnicos.
Isso é assunto para decisão política.
O que nós temos que fazer é dar ao Banco Central uma ordem para que pratique taxa de mercado, nem maior e nem menor do que os outros países”, declarou.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reúne-se nos próximos dias 20 e 21 para discutir o valor da taxa, hoje fixada em 13,75% ao ano.
Na última reunião do colegiado, em dezembro, a Selic foi mantida no percentual anterior.
Para Alencar, se o governo investir em infra-estrutura, educação e saneamento básico, terá mais chances de afastar os impactos da crise financeira mundial. “Se o Estado fizer isso e pode fazer, espantamos a crise”, afirmou, sem citar possíveis medidas por parte do governo.
Para ele, a maior preocupação deve ser o desemprego em massa. “Não tem coisa mais cruel do que um chefe de família, de certa idade, receber a notícia de que perdeu o emprego e chegar a sua casa e contar a mulher que está desempregado”.
Da Agência Brasil