Da Veja desta semana Há dois anos, quando foi lançado, o Programa de Aceleração do Crescimento, batizado de PAC, chamou atenção pela exuberância de seus números.

O mais ambicioso projeto do governo prevê, até o fim do segundo mandato do presidente Lula, investimentos públicos e privados em energia, transporte e infraestrutura urbana no valor total de 636,2 bilhões de reais, cifra superior ao PIB da Argentina.

Com seu nome sonoro, o PAC também tem um inegável apelo eleitoral.

O presidente Lula deu incontáveis provas disso no ano passado, ao chamar a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, sua candidata ao Palácio do Planalto em 2010, de “mãe do PAC”.

Na semana passada, porém, a divulgação de um balanço produzido pelo próprio governo revelou que o PAC empacou.

De acordo com os dados oficiais, transcorrida metade do prazo para sua execução, o programa só alcançou 15% da meta.

Se continuar nesse ritmo, será concluído apenas em 2019, quase uma década depois de encerrada a administração Lula.

Assim como a maternidade do PAC deu fôlego à candidatura de Dilma, um eventual fracasso poderá deixar a ministra a pé na próxima eleição presidencial.

A principal razão para o fiasco parcial do programa é a meta aparentemente inexequível.

Investir 636,2 bilhões de reais em quatro anos exigiria a formidável combinação de um cenário econômico pujante, um estado eficiente e ágil, agências reguladoras com credibilidade e crédito abundante para os investidores privados – tudo o que não existe atualmente.

Além disso, licenças ambientais necessárias para começar uma obra levam anos para ser concedidas.

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