Por Petronio Martins Uma triste herança deixada por João Paulo na Zona Sul da cidade do Recife.
Recifenses de todas as naturalidades, de todos os bairros, de todos as idades, sexos e credos, De nada adiantou os compromissos assumidos com o Patrimônio da União.
De nada adiantou as restrições impostas pela Lei Municipal.
De nada adiantou o desejo manifestado por 40.000 recifenses.
De nada adiantou o alerta dos ambientalistas e urbanistas.
Demonstrando uma teimosia que a população desconhecia, o prefeito João Paulo nos empurrou um monte de concreto goela abaixo e converteu o sonho do parque verde em Boa Viagem no pesadelo que se materializa através de um Centro Cultural Donas Lindu.
Abusando do poder imperial que a Lei Orgânica concede ao Poder Executivo, o prefeito esqueceu os compromissos com a democracia participativa, as dificuldades financeiras do município e, ao invés de gastar apenas 3 milhões construindo o Parque Verde que todos queriam, está gastando vultosos 30 milhões construindo um Centro de Cultural não pretendido e planejado. Àqueles que querem a tranqüilidade de uma área verde pública e popular, o prefeito João Paulo deixa como herança o concreto de um Centro elitizado para turista ver, além dos inevitáveis problemas de trânsito, poluição sonora, aumento da violência. À futura administração, o prefeito João Paulo deixa a incumbência de gerar os polpudos recursos necessários à conclusão e manutenção do Centro Cultural, abrindo caminho para a sua privatização, confirmando assim suspeitas nunca levantadas pelos defensores do Parque.
Poucos tiveram a oportunidade de transformar 33.000m2 de área pública federal, cravados numa selva de pedras, num ambiente de contraste e compensação ambiental.
Poucos tiveram uma bela oportunidade de integrar obras públicas aos desejos de seus contribuintes, estimulando a guarda e zelo de um bem público aos seus usuários, voluntários interessados na sua fiscalização e gestão.
Como motivação ao Centro Cultural Dona Lindu, foi justificada uma obra arquitetônica de um expoente nacional Oscar Niemeyer, cuja implantação prevista em R$30 milhões fez desviar dos recursos públicos importante parcela do orçamento, reclamadas por outros serviços e obras mais essências a nossa sociedade.
Pagamos pelo que não planejamos e isto foi inoportuno.
Portanto esta herança é inapropriada ao local, indesejada aos usuários e inoportuna ao bolso.
Que novos gestores públicos tenham mais compromissos e fidelidade aos contribuintes e a sociedade.
Que evite fazer deste instrumento motivo de mais discórdia e intranqüilidade.
AMPARQUE.
P.S.
Quando se fala em ‘RECIFENSES DE TODAS AS NATURALIDADES’, referimos às pessoas que, embora nascidas em outras cidades, moram no Recife e se consideram recifenses…
PS do Blog: Petronio Martins é presidente AMPARQUE.