A cidade do Recife ganhou, nesta sexta-feira (26), mais uma obra de arte exposta ao ar livre.
O prefeito João Paulo inaugurou, em frente ao Forte das Cinco Pontas, o Monumento ao Maracatu, uma escultura do artista plástico Abelardo da Hora.
O trabalho, que é uma homenagem da Prefeitura do Recife a uma das mais importantes manifestações culturais do Estado, fica voltado para a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, no Pátio do Terço, onde acontece a tradicional cerimônia da Noite dos Tambores Silenciosos, durante o Carnaval.
O Monumento ao Maracatu significou um investimento de R$ 420 mil e tem uma altura total de quatro metros.
A obra é composto por oito figuras fundidas em bronze patinado, cada uma com dois metros de altura, sobre um pedestal de concreto revestido de granito verde ubatuba.
Trata-se do maior conjunto de esculturas feitas em bronze na cidade.
A peça mostra o cortejo de um maracatu de baque virado com rei, rainha, dama de companhia, dama da boneca, porta-estandarte, porta-lanterna, o carregador do elefante e o ogan (batuqueiro do maracatu) com sua alfaia.
Além disso, há as alegorias: o elefante, o guarda-sol, o estandarte e a lanterna. “Essa é uma tarde muito significativa para o Recife e para Pernambuco, pois a inauguração dessa obra tem um valor simbólico, político e ideológico.
O maracatu é fruto da expressão de um povo que foi seqüestrado da África e veio construir o nosso país.
Um povo que, até hoje, sofre, mas soube resistir e conseguiu, por meio de suas manifestações, deixar o Brasil numa importante posição perante o mundo”, discursou o prefeito João Paulo, durante a inauguração.
Para o autor da obra, Abelardo da Hora, o Monumento ao Maracatu representa a criatividade e a raiz da população negra trazida pelos escravos. “É um prazer poder colocar nas mãos do povo um referencial tão forte da cultura que me inspirou tanto”, disse o artista que estava acompanhado da sua esposa, dona Margarida da Hora.
O monumento também faz uma homenagem à Dona Santa, que foi rainha do centenário Maracatu Elefante.
O rosto da rainha é uma reprodução do de Dona Santa comandando um cortejo solene.
Na placa informativa, o texto detalha que a obra foi erguida em reverência a rainha de todas as rainhas, que transformou o Recife na sua nação imperial.