A queda do preço da energia levou a Petrobras a rever seus planos para importações de gás natural liquefeito (GNL).
O combustível é tido como solução emergencial para resolver o problema energético que se vislumbrava no País para o início do ano.
Com os reservatórios das hidrelétricas cheios, que reduzem a possibilidade de uso do GNL, a estatal foi obrigada a revender algumas das cargas compradas no mercado externo a toque de caixa para trazer ao Brasil.
A primeira carga chegou ao País no final de novembro, no navio regaseificador Golar Spirit, que está fundeado no porto de Pecém, no Ceará.
O combustível, porém, só deve ser inserido na rede de distribuição de gás em meados de 2009, quando espera-se um aumento no preço da energia, em virtude do fim do período de chuvas de verão.
Segundo a diretora de gás e energia da Petrobras, Graça Foster, o uso do GNL em térmicas só é viável com a energia na casa dos R$ 200 por megawatt-hora (MWh).
Esta semana, o MWh negociado no mercado atacadista estava em R$ 91,74 por MWh.
Para janeiro, lembra Graça, os preços estão estimados entre os R$ 90 e os R$ 100.
O cenário é bem diferente de um ano atrás, quando os altos preços levaram a estatal a anunciar antecipação do início das operações do terminal de GNL de Pecém.
No fim de 2007, a necessidade de deslocar gás natural para térmicas levou a empresa a reduzir o suprimento das distribuidoras ao volume contratual - muitas empresas vinham consumindo acima do previsto em contrato.
Como resultado, indústrias e postos de gás natural veicular (GNV) tiveram o fornecimento reduzido, situação que provocou muitos transtornos.
Em janeiro, os reservatórios das hidrelétricas atingiram o limite mínimo de segurança estabelecido pelo governo e o preço da energia saltou para mais de R$ 500 por MWH.
Isso significa que todas as usinas com preços inferiores a este já estavam em operação.
A Petrobras marcou, então, a chegada do GNL para julho, a fim de contribuir com o suprimento de energia durante o período seco.
Alguns atrasos levaram à inauguração do terminal de Pecém em agosto, em cerimônia com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Da Agência Estado