Por Rodrigo Ramos Durante este ano de 2008 fiz muitas visitas à empresas que estavam (algumas continuam) com problemas de indisponibillidade de seus sistemas e consequentemente de suas informações.

Algumas dessas empresas precisaram gastar muito mais para colocar seus sistemas de volta no ar do que seria necessário investir para diminuir bastante os problemas de indisponibilidade.

Sempre termino estas visitas sem intender como é que uma empresa que fatura tão bem pode ter este tipo de problema.

Eu noto que os gerentes de T.I. até tentam vender a idéia de alta-disponibilidade, mas os diretores simplesmente não têm a visão necessária para comprar a idéia.

Já existem soluções para tudo o que se pode imaginar quando se fala em alta-diponibilidade. É lógico que a maioria delas não leva em consideração fatores como a queda de um avião sobre o datacenter ou CPD, mas isto deve ser colocado em um mapa de riscos.

Há pouco tempo participei de um projeto que teoricamente deveria ser bem simples.

A demanda era “Inserir dois novos discos em um servidor e criar um RAID-1*”.

Como esta empresa não possui uma solução de alta-diponibilidade para o seu banco de dados (Oracle) e nossa janela de tempo para trabalhar era mínima, tivemos que montra uma verdadeira operação de guerra para impedir que qualquer coisa desse errado e causasse a perda da disponibilidade do banco de dados.

Bom, no final deu tudo certo, mas uma operação que deveria levar algumas poucas horas levou quase 02 dias e envolveu nada mais nada menos que 6 profissionais.

Na minha opinião o problema está na forma com que as coisas são vistas, são levantadas e apresentadas.

Vou relatar um fato que ocorreu com um dos nossos clientes, mas que com toda certeza acontece diariamente em milhares de empresas.

O cliente estava buscando uma solução para trocar seu sistema de gestão da empresa e finalmente achou uma que atendia seus requisitos funcioniais e financeiros.

O vendedor da solução fez lá sua apresentação, disse quanto custava e completou dizendo que o sistema era muito leve e poderia rodar em qualquer máquina, com qualquer sistema operacional Linux e que o mundo seria maravilhoso dalí em diante.

Bem, após alguns dias o cliente estava certo que o seu investimento era de apenas R$ 80.000,00**.

Após algum tempo ele ficou sabendo que além dos R$ 80.000,00 para adquirir o sistema ele também precisaria: - Da subscrição do sistema operacional Linux escolhido, - Da licença do banco de dados, - Contratar um DBA**** nem que seja para visitas semanais, quinzenais ou mensais; - De um bom servidor de marca com um pacote de garantia de suporte com o melhor SLA*** possível, - Inserir o sistema operacional Linux dentro de um contrato de suporte também com SLA, - Rever e corrigir qualquer problema em suas instalações onde o servidor seria colocado, - Contratar um profissional capaz de customizar ou gerenciar as customizações necessárias no sistema de gestão; - Rever toda a sua infra-estrutura de backup; - Montar e executar um projeto de alta-disponibilidade para garantir o investimento no sistema de gestão.

Com tudo isto, no final das contas, o cliente descobriu que com R$ 80.000,00 ele completaria apenas a primeira volta de uma corrida com mais de 10 voltas.

Infelizmente a visão deste cliente impediu que ele montasse o projeto de alta-disponibilidade.

A visão da maioria dos empresários e gestores só vai até os benefícios dos sistemas.

Eles não enxergam que o sistemas param e quando param o prejuízo é garantido. * Resumindo RAID-1….Tudo o que for feito em um disco deve ser feito no outro disco automaticamente.

Um arquivo criado no disco 1 é automaticamente criado no disco 2. ** O valores são fictícios *** SLA (Service Level Agreement). É neste acordo com está definido o tempo máximo que o fornecedor do hardware tem para substituir alguma peça com defeito. **** DBA (Database Administrator).

Bom, por hoje é só.

Na próxima semana tem mais.

Não esquecam de mandar suas dúvidas e sugestões para rodrigo.ramos@triforsec.com.br Tenham todos uma ótima semana e um feliz Natal.

Rodrigo Ramos, diretor de Operações da TRIFORSEC - Tecnologia em Segurança da Informação.