De Política / JC A futura primeira-dama do Recife, Marília Bezerra – esposa do prefeito eleito João da Costa (PT) –, foi sucinta ao comentar, ontem, as denúncias de fraude na Secretaria Municipal de Educação, que envolvem também o seu nome.
Aparentando estar tranqüila, ela disse apenas que espera ser notificada da ação para apresentar a sua defesa.
Questionada se o caso poderia afetar o início do governo de seu marido, a partir de janeiro, Marília negou, destacando que esse é um assunto que diz respeito unicamente à atual gestão. “Esse é um problema a ser resolvido por esta gestão.
O fato de ser mulher de João da Costa não interfere em nada.
Isso não tem nada a ver com a questão pessoal”, defendeu.
Marília, que é ex-diretora administrativa e financeira da Secretaria Municipal de Educação, preferiu não opinar sobre as declarações do prefeito João Paulo, que viu conotação política nas acusações feitas pelo Ministério Público de Pernambuco à sua administração, às vésperas da diplomação de João da Costa, seu afilhado político, anteontem.
As denúncias do Ministério Público tratam de um esquema de fraude em licitações e de irregularidades em obras nas escolas da rede municipal, no valor total de, aproximadamente, R$ 2 milhões.
O esquema envolveria também o pagamento de R$ 134 mil em serviços não realizados em 12 escolas e de R$ 82 mil em obras parcialmente feitas em outros sete estabelecimentos de ensino no Recife.
As denúncias do MPPE envolvem, além de Marília Bezerra, a atual secretária da Educação do Recife, Maria Luíza Aléssio, a assessora executiva da secretaria, Edna Pessoa, dois engenheiros e 14 construtoras.