Apesar de responder por processo de abuso de poder econômico, o vereador eleito do Recife Marcos de Bria (PTC) poderá ser diplomado sem maiores problemas nesta quinta-feira (18) e também tem chances de se livrar da cassação do mandato.
Isso porque, segundo a promotora Andrea Nunes, a ação de investigação judicial eleitoral foi impetrada somente após a eleição. “A única sanção que decorre é a inegibilidade por três anos, caso fique entendido que houve abuso de poder econômico”, explicou.
A promotora informou, no entanto, que também remeteu o processo para 9ª Zona Eleitoral, responsável pela diplomação. “Se o juiz entender que houve abuso, ele pode efetivamente cassar o mandato do vereador eleito”, disse.
Marcos de Bria foi o único entre os 37 vereadores que teve as contas rejeitadas pela Justiça Eleitoral, responsável por apreciar as contas dos eleitos.
Quem deu a sentença rejeitando foi o juiz Marcelo Russel Wanderley, da 150ª Zona Eleitoral.
No dia 09 de dezembro último, sem alarde.
Ao analisar a prestação de contas de Marcos de Bria, Marcelo Wanderley atestou que houve “flagrante abuso do poder econômico” ao verificar um caixa 2.
Em uma sentença de 18 páginas, o magistrado apontou as três principais irregularidades cometidas pelo político: a obtenção de recursos por “vias escusas”, a não quitação de gastos até a data permitida e a falta de registro do dinheiro arrecadado, que não passou pela conta corrente do candidato como determina a legislação.
Mesmo sem movimentar a conta corrente aberta exclusivamente para contabilizar as doações, Bria declarou à Justiça Eleitoral que arrecadou e desembolsou R$ 36,7 mil.
Sem nenhum centavo na conta oficial da campanha, teria passado 33 cheques sem fundo para fornecedores.