Do Comunique-se, com informações da Folha Online.

O agente secreto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Márcio Seltz enviou documento à CPI dos Grampos afirmando ter analisado interceptação de conversas entre jornalistas e investigados na Operação Satiagraha.

O agente afirma ainda que recebeu as gravações em um pendrive das mãos do delegado Protógenes Queiroz e as entregou, pessoalmente, ao diretor-geral afastado da Abin, Paulo Lacerda.

Seltz não explica se os jornalistas foram grampeados ilegalmente ou se as conversas foram captadas em interceptações legais dos investigados.

O presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), afirma que os novos fatos mostram que jornalistas foram vigiados com o consentimento de Lacerda. “No fundo eles estavam espionando os jornalistas e suas fontes. É absolutamente ilegal o diretor da Abin receber esses grampos.

A título de que?”, questiona Itagiba.

O documento reafirma em parte o depoimento prestado por Seltz à CPI no dia 26/11.

Na ocasião, o agente confirmou ter repassado áudios de grampos para Lacerda, mas negou a existência de gravações de conversas de jornalistas.

No documento, ele afirma que não se recordou dessas conversas no momento em que prestou depoimento.

Como à época do depoimento de Seltz à CPI, Lacerda, por meio de assessoria, negou ter recebido qualquer áudio de seu subordinado.

O agente foi recrutado a pedido de Queiroz para auxiliar as investigações.

Ele passou a trabalhar dentro da sede da Polícia Federal em Brasília, onde fazia a triagem de emails dos investigados e a análise de reportagens publicadas sobre Daniel Dantas.