Do Comunique-se, com EFE, AFP e France Presse Canal de TV onde trabalha o jornalista Muntazer al-Zaidi, detido no domingo (14/12) depois de atirar os sapados no presidente dos Estados Unidos, George W.

Bush, Al-Baghdadia exigiu a “libertação imediata de Zaide, de acordo com a linha de liberdade de expressão e democracia prometida pelo novo regime iraquiano”.

Em comunicado lido por um de seus apresentadores, a emissora deixou claro que as autoridades americanas e iraquianas serão responsáveis por qualquer medida contra o jornalista.

O apresentador acrescentou que a “Al-Baghdadia considera as autoridades americanas e iraquianas responsáveis de qualquer medida contra Zaidi, que, caso seja adotada, será uma lembrança da conduta seguida durante a era do ditador (Saddam Hussein) caracterizada pela violência, as detenções indiscriminadas e as valas comuns”.

O canal pediu aos veículos de comunicação árabes e internacionais para mostrarem solidariedade para com o jornalista iraquiano. “Este é o beijo de despedida, cachorro”, disse Zaidi, de 27 anos, ao atirar os dois sapatos contra Bush durante uma entrevista coletiva conjunta oferecida pelo presidente americano e o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, após a ratificação de um acordo de segurança bilateral que estipula a retirada das tropas americanas do Iraque até 2012.

Bush conseguiu se desviar de um sapato e o outro errou o alvo.

Zaidi foi detido logo depois de atirar os sapatos e está preso em local desconhecido, sendo interrogado e submetido a exames.

Amigo diz que foi “iniciativa própria” Jihad al-Rubaie, um dos amigos de Zaidi, disse que o comportamento do jornalista deve ser considerado iniciativa própria e não do canal de TV em que trabalha. “Era possível esperar um gesto assim da parte dele, porque é realmente um patriota em todos os assuntos vinculados ao Iraque”, afirmou.

Rubaie destacou que o canal de TV, cuja sede fica no Cairo, é “independente e não está vinculado a nenhum partido político”.

O jornalista nasceu na cidade xiita de Nassiriyah, 350 km ao sul de Bagdá e vive com os irmãos no centro de Bagdá.

Em novembro de 2007 foi seqüestrado na capital iraquiana e ficou uma semana em cativeiro.