Na Reuters De forma enfática, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), criticou nesta sexta-feira a decisão do Banco Central que manteve a taxa de juros do país em 13,75 por cento.

O tucano, que pretende concorrer à Presidência da República em 2010, disse que a diretoria do BC é despreparada e demonstrou, com a decisão, desconhecimento de como funciona a economia no atual momento de crise financeira global. “Eu questiono o grau de preparo da diretoria do Banco Central e do Copom (Comitê de Política Monetária) em matéria de análise econômica.

Eles não estão fazendo análises econômicas corretas”, disse Serra a jornalistas depois de levantar espontaneamente a questão dos juros em seu discurso.

O governador participou de anúncio de medidas tributárias que pretendem estimular a economia paulista.

Serra, que evitou personalizar suas críticas e também não quis indicar uma taxa ideal, afirmou ainda que “essa recusa de mexer nos juros não tem cabimento econômico.

Revela mais desconhecimento de como funciona a economia do que qualquer outra coisa”. “Não é malícia, é desconhecimento, para dizer uma palavra suave”, enfatizou.

Serra, engenheiro com formação em economia, disse que economistas, tanto quanto outros profissionais, erram. “Sabe quando você não domina bem uma disciplina? É como construir um prédio com as fundações mal feitas, é erro de engenharia.

Existe erro de economia, por incrível que pareça.

O pessoal se acostuma a achar que é tudo meio inevitável.” Na quarta-feira, o Copom deixou inalterada a taxa básica de juros em meio a pressões de diversos setores econômicos, inclusive autoridades do próprio governo Lula, para que implementasse um corte como reação à turbulência financeira. “Criou-se a sensação estranha de que basta haver reclames para baixar os juros que o Banco Central não deixa cair.

Para dizer que é autônomo, que não se submete a pressões”, atacou Serra, indo além ao afirmar que a população nem sabe os nomes dos diretores da instituição.

Ele disse ainda que o país manteve a taxa em um contexto global de alívio monetário. “Se havia muita cautela, podia pelo menos ter feito uma redução que desse sinalização de maior confiança”, disse, cobrando ainda cortes nos gastos públicos.

Continuação…