O empresário Enivaldo Quadrado, de 43 anos, preso pela Polícia Federal (PF) ao desembarcar no aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos, transportando 361.445 euros em espécie (o equivalente a R$ 1,17 milhão), está à disposição da Justiça no Cadeião de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista.
Quadrado é um dos 40 réus no processo do mensalão, como ficou conhecido o esquema de compra de votos no Congresso Nacional em troca de apoio político.
Ele foi flagrado por agentes alfandegários e pela PF no último sábado (6), transportando os euros escondidos na cueca e dentro da meia, presos ao corpo e na bagagem de mão.
O valor foi omitido na declaração de valores que todo passageiro é obrigado a fazer quando entra no país ou viaja para o exterior.
De acordo com notas divulgadas ontem (8) pela Receita e pela PF, o empresário foi preso pelo crime de falsidade ideológica, com base no Artigo 299, do Código Penal Brasileiro.
Se for condenado, poderá pegar de um ano a cinco anos de prisão.
Enivaldo Quadrado é ex-sócio da corretora de valores Bônus-Banval e foi arrolado no processo sobre o mensalão sob a acusação de que usava a empresa como fachada para as operações financeiras irregulares.
De acordo com comunicado da Receita Federal, ele foi descoberto com os euros ao desembarcar de um vôo procedente de Lisboa e a ação fiscal resultou de denúncia feita à Polícia Federal de suspeita de porte de entorpecente.
Conforme relatou aos agentes da Receita, o empresário justificou que tomou o dinheiro emprestado de um amigo que mora em Portugal.
Ele pretendia usar a quantia na compra de automóveis para revenda no Brasil.
A nota da Receita esclarece que “todos os passageiros que entram ou saem do país com valores superiores a R$ 10 mil são obrigados a fazer uma declaração de porte de valores e entregá-la à Receita Federal do Brasil durante os procedimentos de embarque e desembarque”.
Da Agência Brasil