Mesmo que procure investir na programação cultural de qualidade, a televisão privada se vê, às vezes, obrigada a refletir a própria sociedade brasileira, com suas mazelas e carências.
A avaliação é do diretor de Comunicação da Rede Globo, Luiz Erlanger, ao participa de mesa-redonda que discutiu o apoio da TV e do rádio ao desenvolvimento cultural.
A mesa-redonda foi promovida pelo fórum nacional que está sendo realizado no Rio de Janeiro.
Depois de participar da mesa, Luiz Erlanger disse à Agência Brasil que não se pode esperar da televisão brasileira que ela não seja um reflexo da sociedade. “Na verdade, não é que a gente faça isso porque haja uma demanda do público.
Nós procuramos sempre abrir espaço, através de programas, do jornalismo, ou mesmo campanha, para divulgar o que se chama de cultura mais erudita.
Mas, é claro que tanto na tevê pública e especialmente na tevê privada, o nosso papel é complementar”, afirmou.
Segundo o diretor da Rede Globo, o grande desafio para se levar boa cultura aos brasileiros é através da educação.
Assim, a televisão pública e privada são ferramentas essenciais dessa mudança.
Já ex-ministro Reis Velloso, organizador do fórum, disse que o desenvolvimento não pode deixar de contemplar a dimensão cultural em todo seu processo.
Segundo Velloso, o desenvolvimento “ou tem as várias dimensões econômica, social, política e cultural, ou não é desenvolvimento”.
E a conseqüência disso é que “cultura é desenvolvimento, tanto quanto o crescimento econômico”.
O secretário municipal de Cultura de São Paulo, Carlos Augusto Calil, avaliou durante o evento que existe uma “fome de cultura no país”.
Ele disse ainda que os espaços culturais devem usados também para a realização de cursos profissionalizantes ligados as atividades culturais e destinados a jovens de áreas carentes, tendo em vista que “no campo da cultura, empregabilidade está em expansão”.
Da Agência Brasil