Quase toda a atenção da cidade estava voltada para a visita de Lula ao Recife.
No Ministério Público do Estado, entretanto, os olhos estavam voltados para o programa Opinião Pernambuco, que iria ao ar às 19 horas.
Faltando nove minutos para o programa com o tema As Conquistas do Ministério Público começar a ser exibido, chegou à produção (Rafael) um mail da direção do Ministério Público do Estado sugerindo a inclusão de entrevistados de sua confiança, alegando que os convidados seriam opositores políticos da atual gestão.
O mail foi assinado pelo promotor de Justiça Ricardo Coelho, chefe de gabinete da procuradoria Geral de Justiça, mas foi encaminhado pela área de comunicação de Paulo Varejão. “Como esta instituição (o MP) se encontra a vinte dias das eleições para procurador-geral, achamos que os dois promotores indicados pela Associação do Ministério Público certamente estarão politizando o debate porque fazem oposição à atual gestão”, escreve Ricardo Coelho.
No caso, o programa contaria com a participação de dois promotores de Justiça, Charles Hamilton Santos Lima e José Vladimir Acioli.
Também tomaria parte o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, OAB, Jaime Asfora.
O texto traz uma reclamação também. “Acabamos de tomar conhecimento que o programa Opinião Pernambuco, desta terça-feira, terá como tema central o Ministério Público de Pernambuco.
Apesar disto, nem a Procuradoria-Feral de Justiça nem nossa Assessoria de Comunicação foram procurados pela produção do programa”, diz o promotor.
E um pedido extemporâneo, até por ser em cima da hora. “Gostaríamos de solicitar a gentileza de incluir nesse debate dois membros ligados a esta gestão, como forma de equilibrar as opiniões”.
Os amigos internautas acham que houve censura prévia do MPPE ou auto-censura por parte da produção?
Ou ambos?
Adversários de Varejão vêem autoritarismo em episódio