Por José Otávio Meira Lins Para que não digam que só colocamos defeitos e não apresentamos soluções, aí vai um monte delas - como o que nos falta de conhecimento, sobra em boa vontade - sugerimos validação por pesquisa: 1.
Criação de um núcleo especializado para identificar o que os americanos desejam comprar nesta parte do Brasil, cujas informações poderão ser obtidas desde uma compilação de idéias entre os profissionais de turismo interessados até a contração de uma empresa de pesquisa mercadológica que possa nos orientar; 2.
Explicar de forma bem didática ao “trade turístico americano” o que é o Brasil, sua população, seus costumes genéricos, como estamos inseridos na economia mundial. É sabido que o Brasil só gera notícia internacional, como regra, com fatos pitorescos ou negativos; 3.
Apresentar de forma enfática para destacar o que temos de mais conhecido, significa dizer que ao iniciar uma apresentação mostrar os principais destinos internacionais brasileiros e a partir daí estimular ou oferecer uma nova opção, um novo produto turístico e o que se encontrará nele.
Ainda neste contexto, os principais destinos próximos a Pernambuco, que em outras circunstâncias poderiam ser considerados concorrentes, nesta etapa são co-adjuvantes.
Neste mundo desconhecido para os americanos, não há neste momento muita diferença entre Recife, Salvador ou Fortaleza; 4.
Esclarecer o que é “Pernambuco” e definir qual o padrão de comunicação que será efetivado, para não misturar o que é Recife, Olinda, Porto de Galinhas e Fernando de Noronha; 5.
Mencionar a importância geográfica do Recife, portão de entrada de diversas rotas internacionais e por conta disso oferece maior facilidade de deslocamentos para outros destinos.
Não vamos nos iludir, que quem se deslocar de tão longe, não ficará restrito a Pernambuco; 6.
Inserir e enaltecer as belezas do nosso litoral, definindo distâncias e infra-estruturas disponíveis; 7.
Muita ênfase, talvez o mais importante, no aspecto histórico e cultural de Pernambuco, o que se ver aqui e não se ver em outros estados.
Olinda, cidade patrimônio mundial, deverá exercer papel de diferencial; 8.
Identificar nichos mercadológicos.
Como exemplo acabado, a Sinagoga Kabal Zur Israel, cujos os contatos já foram estabelecidos com algumas comunidades judaicas dos Estados Unidos (e com excelente receptividade), bem como com operadores de turismo americanos, já atentos a esta oportunidade.
Fica claro que o turismo religioso poderá exercer um papel muito importante, considerando o patrimônio arquitetônico das igrejas de Pernambuco e em outra etapa, as missões religiosas americanas que com frequencia se deslocam a Pernambuco e ao Brasil, para desempenhar atividades de orientação religiosa e social.
Ainda nesta mesma ótica o “turismo afro” recebe o mesmo grau de importância; 9.
O turismo de convenções, agora no patamar panamericano, seja médico-científico, ligado a agricultura ou tudo que tenha a ver com a economia de Pernambuco e concatenados através dos canais já abertos entre o Recife Convention & Visitors Bureau e alguns dos mais destacados conventions bureaux americanos, oferecem chances concretas de captações de eventos; 10.
Aproveitamento comercial do compartimento de cargas, certamente planificado pela AA, que poderá ajudar de forma decisiva na manutenção do vôo. 11.
Trazer agentes de viagens e formadores de opinião até a nossa região, para aprender a maneira de abordá-los como uma nova opção turística (lazer-convenções) enfim como apresentar Pernambuco e nossos destinos vizinhos aos americanos, ainda desconhecidos dos cidadãos comuns daquele país. 12.
Engajamento de todos, inclusive dos estados nordestinos vizinhos, pois não é só colocar brasileiros dentro do vôo, temos que trazer os americanos, quando a partir daí poderemos afirmar que os benefícios econômicos serão proporcionados a região.
Não cabe agora analisar o significado da exigência dos vistos para americanos visitar o Brasil, assim como são também exigidos pelo Brasil aos cidadãos do Canadá, Japão, Nova Zelândia e Austrália.
Esta atitude é inquestionavelmente de uma incongruência inominável, por mais que se tente justificar.
Basta lembrar que estamos estacionados nos últimos 5 anos na casa dos 700 mil americanos por ano que visitam o Brasil, apesar do contínuo esforço e gastos em promover o Brasil nos EUA e mesmo considerando o vultuoso crescimento observado na economia mundial, período em que o Brasil foi muito beneficiado.
Pois bem, com apenas uma “canetada” de quem pode exercer o poder, eliminando ou atenuando as dificuldades para obtenção do visto, valeria muito mais que os milhões de dólares investidos pelo Brasil, em ações promocionais nos EUA.
Registre-se que destes 700 mil, cerca de 500 mil vêm a negócios ou visita a familiares, restando portanto 200 mil americanos que se deslocam ao Brasil para o turismo de lazer propriamente dito.
Quer dizer, não é nada E não é só isso: daqui a três semanas (Natal 2008) será iniciada uma nova rota aérea, agora da Delta Airlines, quatro vezes por semana, também de forma triangular: Atlanta-Fortaleza-Recife-Atlanta.
Atlanta, principal cidade do estado americano da Georgia e estado-irmão do estado de Pernambuco há uns 40 anos, sedia hoje o maior aeroporto do mundo em tráfego e a principal base de operações da Delta Airlines, o que possibilitará imensas opções de ir e vir para todo os lugares do mundo.