Vôo AA 980 Passada a festa do vôo inaugural agora temos que ocupar o avião diariamente.

Essa é a realidade nua e crua de ter um vôo diário Recife-Miami.

Olha que Salvador ainda dá uma ajudinha para encher os vôos.

Não é só colocar brasileiro dentro do vôo, temos que trazer americano, se bem que nesta fase inicial, já que não há fluxo de americanos, temos mesmo é que enchê-los de nordestinos loucos por chegar mais fácil aos states.

Para conseguir isto temos que além de torcer para que o vôo seja bem vendido para brasileiros, superar dificuldades e desconhecimentos.

Dificuldades - Um universo de 300 milhões de pessoas onde só 30 milhões têm passaporte.

Eles realmente viajam dentro do seu país.

Complicações para tirar o visto brasileiro, nem se fala, quase não tem consulado nosso em território americano, só seis.

Por isso que eles viajam tanto para o Canadá, Caribe e México - perto, seguro, com atrações que vão do tropical ao inverno e sem visto.

Desconhecimentos - Nosso e deles.

Nosso, pois não sabemos exatamente o que vender para eles.

Vender “Surf” quando eles têm no território deles o Hawaí. “Passeio de Barcos”, quando eles têm a maior e melhor frota de barcos privados e públicos de passeio. “Sol e Mar” nem pensar para quem tem boas praias e o Caribe no quintal - com muito mais estrutura.

Deles, pois não tem a menor idéia onde fica o Recife, o máximo que conhecem é Rio, São Paulo, Amazônia, Pantanal, Foz de Iguassu, e só.

Não começamos bem.

Nosso pessoal está errando feio.

Falta preparação e especialização ao pessoal que está enfrentando esta missão.

Esta é a visão de gente que participou da primeira abordagem comercial do mercado americano.

Precisamos, logo, logo, criar um núcleo especializado para este trabalho e precisamos acima de tudo realizar uma pesquisa para saber o que efetivamente esse pessoal pode comprar aqui em????????????

O problema já começa aqui, estamos vendendo Pernambuco ou Recife?

O vôo é para o Recife.

Olha que foi um americano do Miami Convention que levantou essa interrogação.

Aqui, disse ele, vendemos Miami (Key West, navios para o Caribe, compras, parques, tudo está vinculado à imagem Miami, mesmo que esteja a quilômetros de distância).

O pessoal da AMCHAM entendeu - rapidinho - a mensagem.

Temos que definir primeiro como queremos nos chamar, depois pegar os resultados da pesquisa e dar tiros certeiros, pois lá tudo é caro.

José Otávio de Meira Lins ABIH-PE - Presidente.