O deputado federal Raul Jungmann, do PPS, acaba de entrar com um requerimento junto à CPI dos Grampos, que é a Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara dos Deputados que investiga as escutas irregulares, para que esta solicite os discos rígidos encontrados nos computadores do banqueiro Daniel Dantas e que peça ajuda internacional para ajudar na decodificação dos referidos materiais eletrônicos. “Ressalto ser do mais alto interesse desta Comissão Parlamentar de Inquérito que se consiga acessar as informações constantes no disco rígido do computador do Sr.

Daniel Dantas, apreendido pela Polícia Federal no curso de sua bem sucedida operação investigativa.

Para tanto é imprescindível que o referido equipamento seja encaminhado aos cuidados desta Comissão, com o objetivo de se tomarem as providências necessárias à sua respectiva decodificação”, argumenta no seu requerimento, o deputado Raul Jungmann, um dos integrantes da CPI dos Grampos.

Jungmann lembra, porém, que a Polícia Federal, que está de posse dos discos rígidos pertencentes a Daniel Dantas ainda não tem conhecimento do seu conteúdo porque, segundo a instituição, não dispõe de equipamentos técnicos para poder decodificá-los.

Por isso, o deputado pede que a CPI dos Grampos solicite ajuda técnica internacional com o objetivo de decodificar o material. “Essas informações podem ser acessadas pelas autoridades policiais internacionais com as quais o Brasil mantém acordos de cooperação, entre os quais se destaca para a presente hipótese, o Acordo Bilateral de Assistência Judiciária em Matéria Penal (MLAT), de 14 de outubro de 1997, assinado entre o Brasil e os Estados Unidos da América e incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro pelo Decreto de número 3.810, de 2 de maio de 2001”, explica o deputado.

Raul Jungmann acredita que após decifrado o conteúdo existente no disco rígido, é possível que se venha a ter acesso aos dados relativos às escutas supostamente efetuadas pela empresa Kroll, contratada para fazer espionagem por Daniel Dantas. “Na busca da verdade dos fatos e de uma indicação objetiva dos culpados e das medidas necessárias à coibição dessa prática execrável da escuta ilegal e que atenta contra o estado democrático de direito, é que são necessárias essas medidas”, justifica o deputado do PPS.