A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou ao JC de hoje que a sindicância vai investigar se o bimotor, registrado para uso particular, estava sendo utilizado para táxi aéreo.

Aparentemente, estava.

E isto é irregular, segundo fontes da área de aviação. “O vôo era totalmente fora das normas da Anac.

A aeronave estava fazendo vôos clandestinos, já que voava com fretamento e não tinha autorização para tal.

A Anac não autoriza nenhum avião particular a fazer fretes, só os de táxi aéreo”, diz uma fonte do Blog de Jamildo.

Na matéria Empresa promete indenizar as vítimas, no JC de ontem, o diretor de marketing da Luan Promoções, Sérgio Barbosa, garantiu que a JC Shows Ltda, pessoa jurídica da banda Calypso, indenizaria as famílias que tiveram suas casas atingidas pelo bimotor King Air B200, caso a investigação feita pela Polícia Civil responsabilize a empresa pelos prejuízos materiais causados.

Muito bom.

O acidente ocorreu às 11h15 do domingo, em San Martin, Zona Oeste do Recife, e resultou na morte do piloto Eurico Pedrosa Neto, 47 anos, e de José Gilberto Silva, 46, produtor financeiro da banda.

Oito pessoas ficaram feridas e nove casas foram atingidas.

O que chamou a atenção, no entanto, foi outro trecho, para quem acompanha os bastidores deste acidente aéreo em San Martim. “Sérgio Barbosa esclareceu ainda que, ao contrário do que foi dito inicialmente pela assessoria da Calypso no Recife, o bimotor não estava arrendado à empresa de táxi aéreo Exclusive Fly.

A aeronave, explicou ele, pertence a Chimbinha, guitarrista e marido da cantora Joelma, e ficava apenas estacionada no galpão da empresa”, escreve o jornal.

De acordo com fontes da área de aviação, não surpreende que o pessoal da Banda Calypso tenha recuado, em entrevista ao JC de ontem, na informação de que o avião estivesse arrendado àquela empresa.

E qual a razão? “O bimotor era um avião particular e não um táxi-aéreo.

Assim, o vôo da Exclusive Fly era clandestino.

Para não dar despesa, o pessoal da banda arrendou o avião para ter uma renda extra.

Como eles não podiam legalizar a situação na Anac, já que o avião não tinha autorização para operar como táxi aéreo, ficou tudo na informalidade.

O problema é que no Brasil todo mundo faz isto.

A Anac não fiscaliza”, informa uma fonte do Blog. “O Chimbinha fez um acordo particular com a Exclusive Fly e não homologou esse acordo na ANAC por ser um acordo fora do regulamento, uma “Operação Clandestina”.

A aeronave está no nome da empresa do Chimbinha e não no nome da Exclusive Fly.” De acordo com a fonte do Blog de Jamildo, seria fácil comprovar a irregularidade com a apreensão do contrato de arrendamento que ficaria dentro do avião.

Não se sabe se ele sobrou intacto.

De acordo com as informações extra-oficiais, pelo contrato, a empresa pagaria uma quantia de R$ 70 mil por mês à banda a título de aluguel, além do salário do piloto e a hangaragem (abrigo fechado) da aeronave.

O próprio Checklist do piloto, obtido pelo Blog com exclusividade, mostra a expressão táxi aéreo, associado ao nome da empresa anterior que explorava o avião de modo comercial.

Com uma empresa chamada TL Taxi Aéreo.

O documento é obrigatório, devendo ser usado em todos os vôos.

Veja reprodução acima.

Quem também poderia confirmar as informações, segundo a fonte do Blog de Jamildo, seria o empresário paulista conhecido como Gurê, dono do avião PT RQL, que opera em Maceió também com táxi aéreo.

Ainda de acordo com a fonte do Blog de Jamildo, um outro exemplo de que a situação era irregular é que o próprio piloto não seria contratado da empresa Fly nem de Chimbinha, fazendo apenas trabalho free lancer.

Ele também não tinha contrato com a empresa Tok, do Recife, que teria cinco aviões e apenas três pilotos, enquanto a legislação exige um piloto para cada aeronave. “Pela lei, cada avião tem que ter um piloto contratado”. “A Exclusive Fly era uma empresa criada para vender viagens como se fosse um táxi aéreo.

Só que isto é o mesmo que você alugar um carro de uma locadora e passar a usar como táxi nas ruas.

Nem você nem a locadora tem autorização para rodar como táxi.” E qual seria a vantagens para os clientes, já que o risco seria alto?

Numa viagem em um táxi-aéreo clandestino, o frete seria cerca de 20% mais barato.

Recife - Teresina - Recife fica por volta dos R$ 22.500,00 reais - ida e volta.

Ao JC, o chefe do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos do Recife (Seripa), tenente-coronel João Carlos Bieniek, reforçou que o prazo para conclusão das investigações é de 90 dias.

Os destroços da aeronave serão analisados pela comissão designada para apurar o caso.

Leia mais: Documento obtido pelo Blog mostra Exclusive Fly oferecendo serviços a empresários Checklist da aeronave mostra serviço de taxi aéreo Frete para Noronha pela Exclusive Fly custava R$ 19,5 mil value=“https://www.youtube.com/v/TaRdtTPXRJI&hl=pt-br&fs=1"> name=“allowFullScreen” value=“true”> value=“always”> src=“https://www.youtube.com/v/TaRdtTPXRJI&hl=pt-br&fs=1" type=“application/x-shockwave-flash” allowscriptaccess=“always” allowfullscreen=“true” width=“425” height=“344”>