Um dos intergrantes da chapa “Atitude”, que pediu anonimato, rebateu as denúncias de homofobia na Casa dos Estudantes da UFPE.

Veja o texto abaixo, enviado com exclusividade ao Blog de Jamildo.

Caro Jamildo e leitores do Blog, É importante o espaço aberto para a discussão.

Porém, é mais importante ainda que os fatos sejam esclarecidos em sua totalidade.

Historicamente, a Casa do Estudante Masculina da UFPE (CEU-M) tem, de fato, rixa entre quem se define “hetero” e “homo”. É uma lástima que as pessoas se segreguem, eu um ambiente acadêmico, em função da preferência sexual.

Acontece que esse enfrentamento quase sempre foi incitado pelos que se dizem vítimas de preconceito.

Não é raro você chegar na casa de estudante e se deparar com pessoas do sexo masculino usando saias, sapatos femininos e outros apetrechos.

Certa vez, um residente chegou a atender uma ligação no telefone da CEU, e ao ser perguntado se “fulano” estava, respondeu que “ela não estava”.

Quem queria falar com o “fulano” era a sua namorada, e disso, decorreu uma farta discussão que culminou sim em agressão física.

Errou quem agrediu, mas errou também quem incitou a essa agressão. É inadmissível que aqueles que se dizem vítimas de preconceito ajam com um preconceito às avessas, ou então, com agressividade, mesmo que não física.

Já tivemos fatos de homossexuais escalarem paredes de banheiros para verem os heteros tomarem seus banhos, ou mesmo gays que trazem seus parceiros sexuais de aventura para dentro da casa, e são assaltados por esses.

Muitos fatos como esses já aconteceram e continuam a acontecer.

Infelizmente é esse o retrato da CEU-M: Quem quer ser respeitado não respeita pessoas nem regras.

Não se dá ao respeito, portanto, não pode exigir respeito.

Falando agora sobre os eventos da última quarta-feira, dia da eleição da Nova Diretoria da Casa, faz-se necessário esclarecer alguns pontos: Em momento algum a chapa “Atitude” se valeu do fato de ter membros heterossexuais em sua composição, por julgar que este fato seja irrelevante dentro de uma gestão democrática.

Em contrapartida, a própria chapa “Ação é tudo” se valia do fato de ter homossexuais em seus discursos, fato para nós irrelevantes.

Aliás, pode-se dizer que quando essa chapa venceu eleição, a Casa do Estudante realmente transformou-se em uma Sodoma e Gomorra.

Após o final da apuração, começou-se na verdade uma série de comemorações em virtude de um fato positivo para a chapa e seus simpatizantes.

Se houve em algum momento chacota em referência a sexualidade de quem quer que seja, isso só houve porque a chapa perdedora sempre agiu da mesma forma, com provocações e atitudes que não condizem com as normas de boa conduta em ambiente plural.

O lençol azul que foi estirado não caracteriza agressão nenhuma.

A Casa é do Estudante Masculino, e é de conhecimento geral que o azul caracteriza a Masculinidade.

Aposto como mesmo os gays receberam um enxoval azul e não rosa quando nasceram.

Eu consideraria agressão outro fato, passado ainda esse ano, quando os residentes gays conseguiram um telefone rosa para a Casa.

Havia como conseguir um telefone de qualquer cor, mas fizeram questão de conseguir um rosa para agredir os heteros.

Quanto ao carro de som tocando músicas, gostaria muito que quem escreveu o texto parasse de mentir, ainda mais em um espaço tão nobre quanto é o Blog de Jamildo.

O carro pertence a uma pessoa que não mora mais na casa, portanto, não é um residente.

As agressões verbais que se fizeram contra a estudante obesa foram feitas sim, mas em resposta a agressões que partiram antes dela.

Ela não mora na casa Masculina, embora a freqüente sempre com fins um tanto quanto suspeitos.

Não vivemos mais na época em que se levava tão a sério a sabedoria popular que dizia “quando te baterem em um lado da face, oferece o outro para que batam também”.

Quem agride tem de estar preparado para ser agredido.

Houve um momento de mais tensão, quando um simpatizante da chapa 2 referiu-se a um integrante da chapa um de uma forma mais exaltada, mas em momento algum houve qualquer tipo de ameaça, menos ainda de morte.

O que os membros da chapa 1 não dizem é que este residente que eles dizem ter ameaçado outro foi agredido fisicamente por um ex-residente simpatizante da chapa 1, que, aliás, tem vários problemas judiciais referentes a sua conduta em tempos de residente.

Usuário e comerciante de drogas; proibido pela Policia Federal de freqüentar a Casa, mas acobertado pela chapa derrotada que ainda dirige a casa.

Esse elemento empurrou o residente em uma escada e o atingiu com um chute na barriga.

Após muita discussão, trocas de agressões verbais e insultos, os ânimos se acalmaram e residente permitiu que a Segurança da UFPE liberasse o mal-elemento que o agrediu.

Nunca nenhum integrante ou simpatizante da chapa 2 agrediu “qualquer homossexual ou mulher”.

Isso é má fé com a boa vontade das pessoas.

Papel aceita tudo não é mesmo?

A verdade é que houve piadas e chacota (coisa normal em um processo concorrido como foi essa eleição), mas dirigidos apenas a quem, em outros momentos, agiu de maneira igual.

A chapa 2 assevera que jamais agrediu verbalmente alguém da chapa 1 que tenha se comportado com dignidade e respeito durante o processo e depois da derrota nas urnas.

Não esperem que depois de termos ouvido tudo que ouvimos da chapa 1, de termos passado e enfrentado todos os entraves que nos foram colocados por essa chapa, agíssemos como se nada houvesse acontecido.

Garantimos que não tememos nenhum processo judicial que venha a ser impetrado pela chapa derrotada.

Asseguramos que iremos também acioná-los judicialmente pelo fato de serem usuários de droga dentro de um espaço público, ferindo além do Estatuto da Casa, a Constituição Federal.

Se querem que a UFPE tome providências em relação ao que chamam “homofobia”, exijam providências também em relação ao uso de drogas, a entrada de pessoas barradas judicialmente e ao cumprimento do Estatuto da CEU-M.

Se têm tanto apego às leis, comecem por não encobrir os criminosos que vocês mesmos recebem de braços abertos, passem por cuidar de cumprir as regras e deixarem de usar drogas em nosso espaço de convívio.

Deixem de trazer seus parceiros sexuais efêmeros, parem de agredir os costumes e as leis de boa vivência.

Dêem-se ao respeito se querem, de fato, um dia ser respeitados.

Nenhum residente é perseguido e muito menos por ser homossexual.

Isso parece mais choro de quem teve seus planos de comando interrompidos pela vontade da MAIORIA.

Interessante que foi preciso perderem a eleição para irem buscar a imprensa e divulgar o que chamam “homofobia”.

Se houvessem ganho, será que a atitude seria a mesma?

Leia mais: Denúncia de homofobia na Casa do Estudante da UFPE Casa de estudantes: intolerância até na hora da pornografia UFPE abre sindicância para apurar homofobia na Casa do Estudante