Veja a relação completa de credores e o montante das dívidas aqui.
Farmácia dos Pobres pode virar franquia Por Renato Lima O grupo N.Landim, controlador da Farmácia dos Pobres – em recuperação judicial –, propôs que os credores acima de R$ 100 mil perdoem metade da dívida e que recebam a outra parte em 14 anos, sem correção.
Sugere também, como uma das opções, que a rede Farmácia dos Pobres sobreviva como franquia, aproveitando o fato de a tradicional marca estar avaliada em R$ 30,8 milhões.
As informações constam do Plano de Recuperação Judicial apresentado pela empresa na 33ª Vara Cívil.
A N.
Landim foi fundada em 1967 e, em 1987, adquiriu a Farmácia dos Pobres.
Hoje possui uma matriz e 28 lojas, com 324 empregados.
A empresa afirma ter iniciado a crise em 1999, por ocasião da desvalorização do real frente ao dólar, o que aumentou o custo de empréstimos que a empresa tinha com o Unibanco.
A farmácia também alega ter sofrido concorrência desleal e uma súbita paralisação de fornecimento, o que ocasionou falta de produto nas lojas e queda nas vendas.
A N.
Landim possui R$ 794 mil em débitos trabalhistas e R$ 55,8 milhões de dívida com outros credores, especialmente a distribuidora Panarello (R$ 23 milhões) e os bancos Bradesco (R$ 11,8 milhões), IBI (R$ 7,1 milhões) e Daycoval (R$ 4 milhões).
Apenas com gastos financeiros, a rede tem que pagar, por mês, R$ 500 mil.
Para recuperar a empresa, a N.
Landim propõe a se dedicar ao comércio de atacado, especialmente em genéricos e similares. “A concentração dos negócios da N.
Landim na atividade atacadista permitirá que toda a atividade varejista, através da negociação de seus fundos de comércio existentes, seja vendida, resultando assim em geração de caixa para a implementação do presente plano, além de reestabelecer o foco original da empresa”, diz a peça.
Uma opção colocada é a criação de uma Sociedade de Propósito Específica (SPE) para administrar a marca Farmácia dos Pobres, que viraria uma franquia.
Os credores poderão sobrescrever ações desta SPE.
O plano foi preparado pela Exame Auditores Independentes, que já possui experiência na recuperação empresarial de outra rede de farmácias.
O trabalho mostra um estudo do mercado farmacêutico, a área de atuação de cada loja, projeção de fluxo de caixa até 2023 e uma análise dos principais concorrentes.
A previsão de caixa para 2009, por exemplo, aponta um faturamento de R$ 31,7 milhões, com lucro bruto de R$ 3,8 milhões.
Os credores terão agora 30 dias para manifestar qualquer discordância em relação ao plano.
De acordo com a Nova Lei de Falências, a decisão se o processo seguirá adiante ou não fica com os credores. “Foram colocadas alternativas financeiras para buscar a viabilidade para a empresa, com manutenção dos empregos e pagamento dos credores, embora existam situações depreciativas, mas é a única forma de reerguer a empresa”, comentou Cassiano Perequito, assessor da N.
Landim.