Numa frase que pode ser interpretada como uma crítica velada ao prefeito João Paulo e ao prefeito eleito João da Costa, a desembargadora-relatora Margarida Cantarelli disse, em seu voto, que o orçamento participativo não foi criado por ambos nem virou sucesso nacional na gestão petista.
O mantra é repetido à exaustão na imprensa local sem qualquer contestação, nem mesmo na época eleitoral.
Em um relato histórico, a magistrada disse que a parceria com as comunidades do Recife começaram ainda em 1979, no governo de Gustavo Krause.
Com 27 barracões.
Depois citou vários outros exemplos. “O orçamento participativo no Recife tem história e não pode ser tomado por uma pessoa ou uma gestão’ Referindo-se especificamente à revista do OP, a magistrada disse não ter dúvidas que era uma iniciativa com vistas à antecipação da campanha. “O que há nela é o destaque da figura de João da Costa e suas qualidades como gestor.
Na abertura tem uma apresentação escrita por João da Costa.
Assim, teve sim o propósito de divulgar antecipadamente sua candidatura e fez propaganda subliminar de forma dessimulada.
A partir da capa, que é uma urna estilizada” No mesmo momento, ela reclamou que a revista não declara em canto algum o percentual do orçamento empregado no programa. “Ele toma para si em um pacote o trabalho de muitos. É promoção com fins eleitorais” Noutra frase inspirada, a magistrada ironiza o slogan do PT, de obras que continuam para sempre, na cartilha. “A cartilha está repleta de imperfeições.
Não são como as pirâmides do Egito, não são imperecíveis, obras que ficam”.