Do Comunique-se O Ministério Público Federal (MPF), na pessoa do procurador Roberto Antonio Dassié, informou na quarta-feira (19/11) que o Ministério Público está apurando se o pedido da Polícia Federal (PF) à Nextel de uma possível quebra de sigilo telefônico de jornalistas da TV Globo nas intermediações das prisões de suspeitos da Operação Satiagraha foi realmente feita por este motivo, conforme apontou uma reportagem da Folha de S.Paulo.
Tanto Dassié como o delegado responsável por investigar o vazamento de informações da Satiagraha, Amaro Vieira Ferreira, depuseram na CPI das Escutas Clandestinas, nesta quarta, na Câmara Federal.
O procurador Dassié acredita ser muito estranho o fato apontado pela PF de que a polícia teria pedido informações das localidades de aparelhos na região da Satiagraha para identificar quem da Abin teria se utilizado de grampos ilegais na operação. “A existência de antenas e a localização podem ser obtidas no site da Anatel.
Se os senhores entrarem lá, podem obter a localização das antenas que servem a esta Casa”, desconfiou Dassié, de acordo com matéria da Folha desta quinta (20/11).
Para o procurador, o vazamento para a imprensa de dados da Satiagraha tem algum interesse implícito: “A prática de qualquer ilícito atende a um interesse.
A apuração desse interesse tem a ver com a apuração do caso.
Não consigo ver, neste momento, com a investigação em andamento (…) dizer qual interesse existe para passar determinadas informações à imprensa – até porque, eventualmente, a identificação desses interesses indicará a pessoa que cometeu o ilícito”.
O procurador informou ainda que já se abriu um inquérito para investigar o vazamento de informações para a Folha de S.Paulo, em primeira matéria sobre a Operação, com intenção de prender Dantas.
A repórter Andréa Michel não deu esclarecimentos sobre o possível vazamento.
Delegado da PF nega quebra de sigilo O delegado Amaro Vieira Ferreira negou, na CPI, qualquer quebra de sigilo telefônico de jornalistas da Globo. “Quanto à falsa notícia de quebra de sigilo de telefone de jornalistas, eu pleiteei ao Judiciário e pedi autorização para falar em sessão reservada”, disse.
Em sessão reservada, segundo a Folha, o delegado teria dito que a questão da ligação com a Nextel se referia apenas à localização das antenas e teria relação com a investigação de agentes da Abin. “Senhores, eu tomei um cuidado extremo para que esse relatório não vazasse”, afirmou Ferreira.