Os trabalhadores encontrados pela fiscalização nas propriedades do prefeito eleito de Palmares, Beto Usina, atuavam no corte de cana-de-açúcar em condições degradantes.

A coordenadora do grupo móvel do Ministério do Trabalho e Emprego, Jaqueline Carrijo, informou que no Engenho Poço a situação era ainda mais grave, uma vez que os trabalhadores, num total de 55, sequer estavam registrados.

Ela formou uma equipe com oito policiais e um delegado federal, um procurador do Trabalho e 10 auditores fiscais. “Numa reunião com representantes da Usina Vitória, a equipe do grupo especial de fiscalização móvel exigiu, na manhã de ontem, a imediata retirada dos trabalhadores das frentes de serviço e a rescisão indireta de seus contratos de trabalho, com o pagamento de indenizações que, somadas, ultrapassam o montante de R$ 850 mil”, explicou Jaqueline Carrijo.

O procurador do Trabalho Flávio Gondim explicou que os cortadores lutavam contra a adversidade climática e a topografia excessivamente acidentada da região, além de enfrentarem jornadas exaustivas (iniciadas por volta das 2h) para cortar o número de toneladas de cana exigido pela usina para assegurar o pagamento do salário mínimo. “A cada três toneladas de cana cortadas, ganhavam cerca de R$ 14,70.

Também eram transportados em veículos antigos e precários, em total desconformidade com a legislação em vigor”.

Também não gozavam de instalações sanitárias nas frentes de serviço.

Satisfaziam suas necessidades fisiológicas no meio do mato e se alimentavam sob sol e poeira, não dispondo de abrigos de proteção contra intempéries.