Deu no JC de hoje RIO – O Brasil ficou em sétimo lugar em um ranking que mede a satisfação com a vida entre os moradores de 24 países da América Latina e Caribe, divulgado ontem pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Com pontuação de 6,2 (em uma escala de 1 a 10), o Brasil divide a posição com Colômbia e Jamaica.

Os resultados estão em um estudo lançado como parte da série Desenvolvimento nas Américas, neste ano intitulada Além dos fatos: compreendendo a qualidade de vida.

O país com o maior nível de satisfação com a vida na região foi a Costa Rica, com 7,4.

O último, o Haiti, com 3,8.

O Brasil ficou acima da média da região, de 5,8.

De acordo com os dados globais do BID, a América do Norte é a região com maior satisfação com a vida do mundo, com 7,5.

A África Subsaariana tem o pior nível, de 4,2.

Os resultados foram calculados com base nos dados da Pesquisa Mundial 2007 do Instituto Gallup, em que foram entrevistadas mais de 40 mil pessoas com mais de 15 anos na América Latina e no Caribe, entre novembro de 2005 e dezembro de 2007.

A margem de erro das pesquisas é de 3,1% a 5,1% e varia de acordo com cada país.

O estudo também utilizou informações complementares encomendadas diretamente pelo BID.

Os entrevistados responderam a perguntas sobre sua avaliação de aspectos como qualidade da educação, atendimento de saúde, moradia e emprego.

Segundo o BID, o estudo revela que “as percepções das pessoas sobre educação e emprego na região podem diferir amplamente da realidade”.

Quando analisado o nível de satisfação especificamente em relação ao emprego, o Brasil ocupa a 4ª posição, com percentual de 89,2% de pessoas satisfeitas.

Em relação à educação, o Brasil aparece entre as últimas posições, com 64% de pessoas satisfeitas, mesmo percentual da Guatemala e do Equador, abaixo da média da região, de 70%.

A Costa Rica ocupa a primeira posição, com 85% de satisfação.

O Haiti é o último, com 43%.

Segundo o estudo, a maioria dos latino-americanos está satisfeita com a educação pública, apesar de os estudantes da região ficarem atrás das nações desenvolvidas e da Ásia em testes internacionais de avaliação.

O documento revela ainda que 83% das pessoas entrevistadas no Brasil estão felizes com suas condições de moradia, mesmo percentual registrado na Colômbia e em El Salvador e semelhante à média da região, de 80%, mas bem abaixo do primeiro colocado, a Guatemala, com 90%.

Na região, conforme o estudo, “quatro em cada cinco pessoas estão satisfeitas com suas casas e cidades”.

No entanto, diz o BID, “60%, o maior percentual entre todas as regiões do mundo, sentem-se inseguras ao caminhar sozinhas à noite”.

O estudo também alerta para a importância da manutenção ou mesmo ampliação dos programas de transferência de renda na América Latina, como forma de evitar piora nos índices de satisfação da população com sua qualidade de vida.

Sem citar o Programa Bolsa-Família, a pesquisa diz que as ações de transferência de renda passam a ser ainda mais importantes no cenário de crise econômica mundial. “Essa descoberta aumenta a urgência de que os governos mantenham ou mesmo ampliem as transferências condicionais de renda para os pobres, em particular nos países que sofrem uma queda acentuada nas remessas de seus trabalhadores migrantes”, diz o presidente do BID, Luis Alberto Moreno, em nota.

Para Moreno, os resultados devem orientar os governos da região na tomada de decisões: “Este relatório pode ser um excelente recurso para os governos da região, que agora enfrentam decisões difíceis de cortes de gastos, porque a crise financeira está reduzindo o crescimento econômico e prejudicando a arrecadação tributária”.