Além de citações históricas, a defesa de Newton Carneiro também partiu para o ataque.

O trabalho coube ao advogado Mário Gil Rodrigues, contratado pelo município para ajudar na causa.

Na sua preleção, duas coisas chamaram a atenção.

O ataque público ao Ministério Público, acusado de servir a interesses políticos, e a denúncia de irregularidades contra o prefeito eleito, Elias Gomes. “O TJPE não tem tradição de curvar-se à pressões políticas”, iniciou.

Na sua frente, a promotora Luciana Dantas, do MP, não escondia seu sorriso irônico.

O advogado ainda reclamou que o prefeito estava sendo chamado pelo MP, no mesmo dia, até para explicar-se sobre distribuição de quiosques na praia.

Noutra argumentação, reclamou que até o Estado já deixou de recolher contribuições previdenciárias, sem sofrer sanções. “O MP está se prestando a terceiros para fazer o jogo que não é o da legalidade”, disse, numa das frases mais duras. “Não é valendo-se de pretensos tapetões e questinculas que vão antecipar o mandato de um homem legalmente eleito”, afirmou, numa referência à oposição.

Mário Gil Rodrigues disse, já no fim de sua intervenção, que Elias Gomes, quando prefeito do Cabo, tirou dos cofres da previdência R$ 5 milhões da previdência e está sendo objeto de uma ação civil pública. “O MP pediu medida extraordinária contra Elias no Cabo?

O meu respeito pelo MP é grande, mas não tomou nenhuma medida, senhores” PS: a medida judicial citada pelo advogado foi tomada pelo rival político Lula Cabral, neste ano eleitoral.

A mesma denúncia já foi apresentada, sem maiores detalhes, na Câmara Municipal de Jaboatão, pelo vereador Amauri Cândido, líder da tropa de choque de Newton Carneiro.