Por Fábio Guibu, da Agência Folha A equipe médica que atende o estudante pernambucano de 15 anos curado de raiva, doença considerada mortal em 100% dos casos, vai retirar a sedação do paciente na segunda-feira para avaliar as reações e o nível de consciência após a infecção.

Apesar da cura, o garoto ainda corre risco de morte.

Ele está internado há 36 dias na UTI do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, em Recife.

O paciente é o primeiro caso de cura da raiva no país e o segundo no mundo -nos dois casos, os doentes foram submetidos a um tratamento desenvolvido em 2004 por médicos de Milwaukee (EUA), baseado em coma induzido e antiviral.

Idealizador do protocolo, o médico Rodney Willoughby mantém contato com o colega Gustavo Trindade Henriques Filho, da equipe de Recife.

Segundo Henriques Filho, ambos avaliam a possibilidade de utilizar uma droga que ainda não existe no Brasil, para melhorar o metabolismo das células cerebrais do garoto, que foi mordido por um morcego.

Para Ivanete Kotait, do Instituto Pasteur, o caso brasileiro teve como diferencial o fato de ter sido o primeiro a isolar e identificar o vírus, o que permitiu um tratamento preciso.

Casos de raiva transmitidos por animais silvestres são difíceis de prevenir, mas há uma expectativa da Organização Pan-Americana de Saúde de eliminar a raiva canina até 2010, por meio da vacinação.

Homens também podem ser vacinados (preventivamente ou após a contaminação).