Leitor atento do blog Caro Jamildo, Estou acompanhando todas as notícias sobre Jaboatão e acho engraçado, para não dizer trágico, certas figuras que agora querem aparecer como salvadores da pátria ou paladinos da justiça.

Primeiramente, o MPPE que durante três anos tomou pouquíssimas medidas eficazes para proteger o patrimônio público do Jaboatão dos Guararapes, apesar dos constantes escândalos à respeito dos desmandos na administração pública.

Agora, de uma hora para outra, não sai mais da mídia.

Depois que o atual prefeito perdeu nas urnas a reeleição e após vários outros órgãos, que também negligenciaram a fiscalização do município neste período, como por ex: a Câmara Municipal e o TCE, começaram a investigar subitamente várias denuncias, vem o ministério público querer mostrar serviço enviando recomendações para órgãos e secretarias municipais, que no mais das vezes, sequer possuem competência para realização do ato administrativo recomendado pelo “Parquet”.

Tome-se, por exemplo, a recomendação do MPPE divulgada neste blog, onde o chefe do executivo municipal, secretários municipais e a procuradoria do municipal foram “intimados” para procederem com o pagamento dos salários de novembro, dezembro e décimo terceiro dos servidores.

Indaga-se: Por acaso a procuradoria do município e os seus membros são gestores municipais ou ordenadores de despesas para efetuarem pagamento de servidor?

Acredito que o MPPE desconhece a legislação municipal no que tange as competências e atribuições dos órgãos da administração.

Sem falar na recomendação enviada, também pelo MPPE, para Câmara de Vereadores, numa flagrante intimidação de seus membros para aprovação de projetos de lei, sem contar na ofensa a separação dos poderes prescrita na Constituição da Federal à custa de suor e lágrimas.

Neste enredo, aproveita-se o ensejo, para indagarem-se quantas ações de improbidade administrativa e/ou ações civis públicas o diligente MPPE propôs visando o ressarcimento dos cofres públicos e a responsabilização dos maus gestores de Jaboatão?

O MPPE poderia aproveitar o espaço democrático deste blog para dar uma satisfação à população de Jaboatão ao invés de somente querer aparecer na mídia.

Vi também postado neste blog que o advogado do prefeito eleito intentou um mandado de segurança em desfavor do município.

Entenda-se, aqui, em desfavor do atual prefeito.

Questiona-se, nesta ação, uma série de documentos que teoricamente não teriam sido entregues a comissão de transição.

Acredito que a ação judicial é uma forma legítima de ser buscar um direito que assiste ao cidadão de uma forma geral.

Todavia, o que me causa espanto, é o advogado do prefeito eleito, o qual, constantemente, aparece dando entrevistas em jornais e na televisão, ter sido Subprocurador Geral do Município do Jaboatão dos Guararapes durante os três primeiros anos da Gestão Newton Carneiro, ou seja, de 2005 até 2007.

Indaga-se: será que os desmandos em Jaboatão estão adstritos aos últimos meses?

Porque este ilustre causídico quando foi parte da gestão do prefeito Newton carneiro, com cargo comissionado indicado por este mesmo prefeito, não tomou as medidas legais para conter os desvios na Administração Pública?

Porque foi omisso durante estes três anos e somente agora está questionando toda uma administração da qual ele fez parte por três longos anos?

Já no que concerne ao Prefeito eleito de Jaboatão, chega a ser inusitada esta comoção pela intervenção no município, diga-se de passagem, faltando apenas menos de 45 dias para o fim do exercício do mandato do atual prefeito.

Parece-me, que aqui impera o ditado que diz: “são dois pesos e duas medidas”, ou seja, este blog trouxe várias vezes informações de ações judiciais, inclusive, com o número do processo no judiciário, de uma situação idêntica a que está acontecendo agora em Jaboatão, isto é, o uso das contribuições dos servidores do Caboprev, na gestão do agora prefeito eleito do Jaboatão.

Porque aqui (Jaboatão), ele, o prefeito eleito, defende ferozmente uma intervenção, mas no cabo teve postura diametralmente oposta?

Parece-me, que em Jaboatão, pelo menos, dos males o menor, parte do valor já foi pago, já no Cabo desconheço se houve ou não o ressarcimento.

Caro Jamildo e demais colegas leitores, o que defendo aqui é o não oportunismo e a falta de comprometimento de alguns com a coisa pública.

Eu quero é que os maus administradores, aqueles que se valem do dinheiro público para fins pessoais, em detrimento da população, sejam efetivamente punidos, isto é, sejam processados, julgados e condenados.

Que esse jogo político e essa cena de novela mexicana tenha um basta, pois ao final de tudo, quem sempre termina perdendo (sai lesado) é o sofrido povo do Jaboatão dos Guararapes e os malversadores do dinheiro público continuam impunes.

PS: o nome do missivista foi omitido a pedido do autor