Integrantes do movimento negro de Pernambuco vão estar no Aeroporto dos Guararapes, na próxima terça-feira, a partir das 5h, para entregar em mãos aos deputados federais e senadores pernambucanos cópias da Carta de Pernambuco.

O documento, que teve o texto consolidado em audiência pública coordenada pelo deputado Isaltino Nascimento (PT), pede a aprovação imediata do projeto de lei 3.198/200, do senador Paulo Paim (PT-RS), mais conhecido como Estatuto da Igualdade Racial. “Estamos nos mobilizando, a partir de Pernambuco, para tentar impedir que o texto seja modificado, como vem tentando a bancada ruralista e evangélica no Congresso”, explica Aparecida Mendes, da comunidade quilombola de Conceição das Crioulas, de Salgueiro, no Sertão.

Segundo ela, a bancada conservadora no Congresso está fazendo pressão para tentar suprimir do Estatuto os artigos que garantem a posse da terra às comunidades quilombolas e a livre manifestação daqueles que seguem as religiões de matriz africana.

Isaltino Nascimento explica que além de entregar a Carta de Pernambuco aos integrantes da bancada federal de Pernambuco, no ato os manifestantes também querem chamar a atenção da sociedade para a importância da aprovação do Estatuto da Igualdade sem modificações. “O Brasil tem uma dívida histórica com os negros, que pode começar a ser reparada com a aprovação deste projeto”, enfatizou, ao dizer que a Carta de Pernambuco também será divulgada pela mídia alternativa de sindicatos, organizações não-governamentais, Coordenadoria Especial de Promoção da Igualdade Racial e demais entidades que subscrevem o documento.

O parlamentar disse ainda que o fórum estadual que se mobilizou para formatar a carta já está mantendo contatos para atrair entidades e instituições do Nordeste na mobilização.