Caro Jamildo, relembro que há pouco estávamos todos antenados no problema da CRISE NA SAÚDE.

Agradeço ao blog que sem sombra de dúvida transformou-se num dos principais pontos de informação e debate sobre o assunto naquela ocasião.

Estou escrevendo para informar e comentar que a despeito da negociação ter alcançado êxito entre médicos, sindicato e governo estadual a situação encontra-se no mínimo caótica.

A superlotação, o déficit de recursos, principalmente humano, a falta de solução para os problemas dos pacientes que chegam aos hospitais, onde passam semanas “internados” em macas que deveriam servir apenas para transporte, muitos deles idosos, com fraturas nos membros, fraturas na coluna, dividindo os mesmos corredores com pacientes portadores de doenças contagiosas como, por exemplo, a tuberculose, passando dias sem serem vistos por algum médico pois não há profissionais suficientes para realizarem a visita médica diária, e assim ficam sem ser medicados, sem tomar o remédio para pressão, diabetes, pneumonia, tuberculose, etc.

Pacientes que chegam a perder o membro ou pelo menos a chance de salvá-lo por falta de equipe suficiente para prestar assistência, pacientes que chegam a perder a vida por falta de um elevador funcionado para levá-lo até o centro cirúrgico para uma cirurgia de urgência, entre muitos outros acontecimentos diários, repito, diários, é algo indigno da existência humana.

E as exonerações continuam, não como um “movimento político eleitoral e fascista” como fazia acreditar o governo tentando denegrir a imagem dos médicos, e sim como um movimento de abandono do serviço público de saúde.

Não por falta de vontade de trabalhar na saúde pública, mas por falta de condições mínimas de trabalho.

Os profissionais não agüentam mais.

Para comprovar basta levantar a quantidade de exonerações (dos estatutários) e demissões (dos “celetistas”) solicitadas nos últimos meses, mesmo com o aumento salarial acordado.

Para terminar pergunto: onde está o ministério público?

Onde está a sociedade civil organizada?

Onde estão as entidades de direitos humanos, de direito das mulheres, de direito das crianças e adolescentes, dos direitos dos idosos, da igualdade racial, dos direitos dos deficientes?

Onde está o SIMEPE?

Onde está o CREMEPE?

Onde está a imprensa?

Texto de Marcelo Parente, um dos milhares de leitores atentos do Blog de Jamildo