De Política/JC A transição administrativa em Jaboatão dos Guararapes se transformou em um campo aberto para ameaças.
Depois da promotora Dalva Cabral e do prefeito eleito Elias Gomes (PSDB), ontem foi a vez do conselheiro substituto do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Marcos Flávio Tenório denunciar que funcionários do tribunal, que trabalham auditando as contas da gestão Newton Carneiro (PRB), receberam ameaças de morte por conta das investigações em curso.
Já estão, inclusive, andando com seguranças.
As ameaças teriam sido feitas por telefone a dois auditores e dois técnicos.
Marcos Tenório classificou o episódio como “tentativa de intimidação”, mas garantiu que o “trabalho continua”.
O fato foi comunicado na sessão do Pleno do TCE, ontem, e causou espanto na maioria dos conselheiros.
Tenório se emocionou ao relatar o fato porque um dos ameaçados é um sobrinho dele.
Tenório informou que foi solicitado à secretaria de Defesa Social (SDS) escolta policial aos quatro funcionários do TCE.
O caso foi tratado numa reunião entre o presidente do TCE, Severino Otávio, e o governador Eduardo Campos (PSB).
A assessoria da SDS, porém, informou que oficialmente só recebeu pedido de proteção à promotora de Defesa do Patrimônio Público de Jaboatão, Dalva Cabral, mas que se forem solicitadas outras escoltas, serão disponibilizadas.
O conselheiro também informou que o departamente de inteligência da SDS acompanha o caso.
Há uma semana, Dalva Cabral afirmou que fora ameaçada e foi “aconselhada” a pedir proteção.
Ela informou o caso ao procurador-geral de Justiça, Paulo Varejão, que imediatamente pediu proteção policial à promotora.
Na última segunda-feira, foi a vez de Elias Gomes afirmar que ele e seu assessor Ronildo Albertim também sofreram ameaças.
O prefeito eleito não deu detalhes sobre se tinha acionado a polícia.
Afirmou apenas que tinha sido descoberto o telefone de onde partiram as ameaças – um telefone público – mas não quis revelar se tinha conhecimento do autor das ameaças.
DESAFIO Sem citar nomes, o procurador-geral de Jaboatão, Washington Amorim, desafiou ontem “quem sofreu ameaças” a apontar quem são seus autores.
Ele disse que a intenção é identificar se elas partiram de servidores municipais “para a prefeitura tomar as providências”. “O prefeito Newton Carneiro não vai tolerar isso”, advertiu.
Amorim interpreta que, da forma como a situação está posta, o ônus por essas ameaças está recaindo “injustamente” sobre a gestão Newton Carneiro.