Da Agência Brasil São Paulo - A Federação Brasileira de Bancosl (Febraban) estima que, no prazo de três a seis meses, os bancos do país voltem a fazer empréstimos no mesmo ritmo que estavam realizando antes do período mais agudo da crise financeira internacional.

De acordo com o economista-chefe da Febraran, Rubens Sardemberg, a retomada dos financiamentos será paulatina. “Isso não ocorre de uma hora para outra.

Você tem um processo de compra de carteira, de liberalização do crédito, que é gradual, paulatino.

Ele vem acontecendo, mas demanda um certo tempo para chegar a um quadro de normalidade”, disse hoje (11) Sardemberg, em coletiva na sede da Febraban, em São Paulo.

Segundo o economista, a liberação de crédito no país chegou a apresentar um “estrangulamento” no final do mês de setembro e início de outubro, em decorrência das interrupções das linhas de financiamento externas.

A volta ao patamar anterior à crise, apesar das medidas tomadas pelo Banco Central, como a liberalização do compulsório, não vai ocorrer no curto prazo, ressalta. “Voltar ao patamar pré-crise, isso certamente não vai acontecer, porque a economia vai crescer menos.” A Febraban divulgou hoje números ajustados de suas previsões econômicas para 2008 e 2009.

De acordo com a instituição, o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve fechar 2008 com crescimento de 5,23%.

Na previsão de julho, antes do período mais agudo da crise, a Febraban esperava um crescimento de 4,79%.

Para 2009, a estimativa é de um crescimento de 3,13%.

Em julho, esperavam 3,9%.

Para a federação, a taxa de juros (Selic) deverá fechar o ano em 13,75% e 2009 a 13,25%.

Em julho, antes do período mais intenso da crise, a instituição estimava aumento de 14,75% nos juros em 2008 e 14% em 2009.

Segundo as projeções da Febraban, as operações de crédito no país devem aumentar 24,94% em 2008 em relação a 2007 e 18,64% em 2009 em relação a 2008.

Antes do agravamento da crise, a instituição previu, em julho, crescimento de 27,26% em 2008 e 21,13% em 2009. “A expectativa para as operações de crédito para 2009 apontam desaceleração, mostra redução em relação a patamares de 2008, mas surpreendentemente essa desaceleração é muito menor que a gente esperava, mesmo em um cenário em que a economia vai crescer menos em 2009”, disse.