Os investimentos em infra-estrutura serão apresentados como cartão de visita do Brasil na Itália e na reunião do G-20, que ocorre no próximo sábado, 15, em Washington, nos Estados Unidos.
De acordo com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que integra a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em viagem a Roma, a política de expansão adotada no Brasil deve servir de modelo para sair da crise, tanto para países emergentes quanto para nações desenvolvidas.
Dilma afirmou em Roma que parte da solução da crise está nas mãos dos países emergentes. “Os países emergentes serão necessariamente solução de parte dessa crise.
Os Estados Unidos estão investindo em energia elétrica, até porque eles tiveram sucessivos apagões.
Isso é política de expansão, não de contração.
A diferença é que nós fizemos todo um trabalho de investimento antes”, ressaltou.
Para a ministra, a grande diferença da atual crise financeira para as crises anteriores é que os países mais pobres não apresentam sinais de fragilidade econômica. “No passado, os países emergentes quebravam.
Quando a crise ocorria, se transformava primeiro em uma crise financeira e depois em uma crise fiscal.
Quando ela se transformava em uma crise fiscal, os governos se tornavam impotentes pois não podiam tomar medidas expansionistas.
Ao contrário, os governos cortavam fortemente investimentos porque era essa a política do Fundo Monetário Internacional [FMI]”, criticou.
Segundo avaliação do deputado Carlito Merss (PT-SC), a afirmação da ministra Dilma é correta e, se antes o Brasil era parte do problema, hoje faz parte da solução.
Segundo Merss, é preciso repensar o modelo de controle internacional do capital. “Temos de repensar esse modelo porque as atuais instituições não dão conta e a situação atual é vexatória.
Esse novo controle passa por maior transparência, inclusive das agências de rating (avaliação de risco), que permitiram esse escândalo como os empréstimos subprime (de risco) norte americano”, disse.
Para o presidente do Parlasul (Parlamento do Mercosul), deputado Dr.
Rosinha (PT-PR), a grande diferença entre a situação atual do Brasil e a situação do País nas crises anteriores se deve à mudança do modelo econômico. “No governo FHC (ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB) o Brasil tinha uma grande dependência do sistema financeiro internacional e atuava basicamente ao gosto dos especuladores.
Por isso o Brasil era problema e fazia parte do problema”, disse.
Com o atual governo Lula, acrescentou o deputado, o governo criou programas de crescimento (PAC), mudou as relações comerciais do Brasil com o mundo e reduziu a dependência do comércio com os Estados Unidos.
Além disso, afirmou, o governo Lula criou o G-20, o grupo de 20 países em desenvolvimento para negociar com a OMC (Organização Mundial do Comércio) e fez do Mercosul um bloco estratégico.“Todos esses pontos fazem com que o Brasil sofra o impacto da crise de maneira menor do que no passado.
Esse resultado não é obra do acaso”, afirmou.
Informações do PT na Câmara