De Política/JC Os advogados do PT recorrem hoje da decisão do Pleno do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE) que julgou improcedentes as duas argüições de suspeição levantadas pelo prefeito eleito João da Costa contra o juiz das Investigações Judiciais do Recife, Nilson Nery - responsável pela apuração de quatro processos contra o petista.

Na conclusão do primeiro, Costa foi condenado em primeira instância por abuso de poder econômico e político por suposto uso da máquina pública em favor da sua candidatura.

Nesse processo, o Ministério Público apresentou denúncias contra ele a partir de uma revista do Orçamento Participativo, que promoveu a imagem do petista, e da coptação de servidores da Educação por prepostos de Costa.

Com a manobra do PT, as investigações de dois dos outros três processos que tramitam na 8ª Zona Eleitoral do Recife foram suspensas.

O prazo para recursos no TRE termina hoje, e caberá ao presidente do TRE, Jovaldo Nunes, decidir se serão ou não encaminhados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Caso não sejam, os advogados do PT podem entrar com um agravo no TSE para tentar reverter a decisão do Pleno do TRE.

Os desembargadores julgaram improcedentes as duas hipóteses de suspeição levantadas pelo prefeito eleito, por considerar que “não se enquadravam” em nenhum dos casos de suspeição descritos no Código de Processo Civil.

De acordo com a legislação, o juiz só estaria impedido se tivesse amizade ou inimizade com uma das partes ou se declarado suspeito por motivo íntimo.

Para os advogados do PT, Nilson Nery “tomou partido” quando convocou uma entrevista para falar sobre a condenação do petista e quando o filho do magistrado, Fábio Nery, posicionou-se contra as críticas do governador Eduardo Campos à sentença.

Só quando o impasse for resolvido, Nilson Nery ou qualquer outro magistrado poderá continuar a investigar João da Costa nas duas ações movidas a partir de denúncias do seu principal adversário na campanha, Mendonça Filho (DEM).

Em uma delas, ele é acusado de ser beneficiado com a utilização de um caminhão da Qualix para limpar um de seus comitês.

A prestadora de serviço tem contrato com a Prefeitura desde 2002.

Na outra ação, cabos eleitorais do presidente da Câmara de Vereadores, Josenildo Sinésio (PT), teriam distribuído peixe com o objetivo de pedir voto para Josenildo e João da Costa.

Josenildo foi reeleito.

Ainda há uma terceira ação tramitando na 8ª Zona Eleitoral contra o prefeito eleito, que não foi afetada com o pedido de suspeição.

Ela apura uma denúncia de que prepostos do petista teriam coptado votos na Empresa Municipal de Informática (Emprel) - caso semelhante ao da Secretaria de Educação.